Na ensolarada tarde da Bahia, com o mar chamando a todos para um banho de água
salgada e sagrada, os poetas preferiram se banhar de outra coisa: poesia
líquida, em forma de café, colada em paredes ou murais, entregue de porta em
porta em forma de carta, panfletada, “rappeada”, cantada, musicada,
fotografada, filmada, pintada...
Foi a Ação Poética nas Comunidades, em sua
primeira edição, que pintou de outras cores as ruas, becos, vielas, escadas e
arcos da Gamboa de Baixo, também conhecida como Comunidade do Solar do Unhão.
Primeiro, o arrastão entrou em cada canto, com seu canto poético, levando e
trazendo a poesia, embalando com ondas de alegria a quem encontrava. Depois o
sarau não teve mais como parar. Foram quatro horas de encantamento,
sonoridades, sorrisos, aplausos, protestos, devaneios, homenagens, recordações.
Poetas e poetisas, grupos organizados e poetas solitários, todos irmanados num
só acorde, dos poemas. Muitos artistas doaram livros para a biblioteca que será
fundada no bairro. Outros tantos distribuíram CD’s, livretos e panfletos
literários durante o evento.
Estavam ali Kátia Borges, Karina Rabinovitz,
Nílson Galvão, Silvana Rezende, Zemário, Valdeck Almeida de Jesus (do
Coletivo Fala Escritor), Douglas Almeida e o grupo infantil Isto e Aquilo, da
Biblioteca Betty Coelho, o poeta cachoeirense João de Moraes Filho, o poeta
Uilians Souza, Raiça Bomfim, o poeta advogado Marcos Peralta, Renata Rimet,
Carlos Souza, Cymar Gaivota, Lena Filha, Rosana Paulo, Dedeco Lima e tantos
outros poetas e poetisas. Marcaram presença, também, a coordenadora Milena
Britto e o assessor Rodrigo Figueiredo, garantindo a aproximação efetiva da
Fundação Cultural. A festa durou muito, mas acabou... Como tudo que é bom. Mas
bom mesmo é saber que esta festa não acabou ali. Outras comunidades serão
visitadas. É só aguardar!