A escritora Audelina Macieira, se prepara para lançar o seu mais novo livro ‘ O Abraço da Esperança’ e, na oportunidade, conversamos um pouco com a poeta, mãe, esposa, professora.
‘O Abraço da Esperança’ que, aborda a vida humana, os sentimentos que envolvem o cotidiano das pessoas em textos de cunho filosófico e poéticos e pretende levar o leitor a refletir o seu cotidiano.
Blog da Gaivota: Quem é Audelina Macieira?
A.M: Audelina Macieira: Uma mulher, irmã, esposa, mãe de três lindos filhos, poetisa e professora por formação. Vivo no mundo desempenhando vários papéis, buscando conhecer o melhor para mim e o mundo ao meu redor, com fé e inspiração. Sou um pouco de tudo; quando escrevo, sou plena em liberdade e em poesia.
B.G: Onde você nasceu?
A.M: Nasci em Cachoeira/Ba.
B.G: Há quanto tempo mora em Salvador?
A. M: Há 35 anos.
B.G: Qual sua formação acadêmica?
A. M: Especialista em Neuropedagogia e Psicanálise.
B.G: Quais atividades profissionais você já desenvolveu?
A. M: Fui professora na Educação Infantil, na Educação Fundamental, da prefeitura de Salvador e coordenadora administrativa de ensino e pesquisas.
B.G: No momento, além de escrever, você tem outra atividade?
A. M: Servidora do município Salvador.
B.G: O que marcou a vida de Audelina Macieira?
A.M: Muitos fatos foram marcantes em minha vida, mas, um em especial foi negativamente marcante, a morte de minha mãe, eu tinha 08 anos de idade e dali por diante eu já era uma pessoa... uma criança amadurecida, já tinha encerrado minha infância, pulei fases e sentia um ser com responsabilidades de adulto, o tempo todo. Porém as heranças deixadas me fizeram refazer o tempo inteiro. Depois, a morte do meu irmão Jaconias, tão jovem e cheio de vida; foi ele que descobriu minha aptidão para escrever poesias. Eu tinha 12 anos quando, ele me deu de presente um livro, ‘Fernão Capelo Gaivota’ (e hoje, aqui dando entrevista a você, Gaivota... srsrs), e depois ele me disse que eu tinha que escrever com responsabilidade, me dedicar, mas eu não entendia, só depois de alguns anos foi que tomei posse destas palavras. E por fim, me tornar mãe, passei pela maternidade três vezes e isso também muda concepções e o mundo gira em um grau que te faz parar e repensar todo processo da vida.
B.G: De onde vem o dom da poesia?
A.M: Vem de certa forma, como herança genética; nasci de uma mulher que escrevia versos, embora jamais tivesse publicado os seus textos, mas deixou um segmento, uma razão para que tudo fosse encaminhado com sucesso na vida de seus filhos. Para ela a poesia era mais que um ato de escrever era um acalento. Também considero que tudo em nossa vida deve ter razão e sentido. A poesia vem acompanhada de histórias antepassadas.
B.G: Qual o seu maior incentivador para continuar produzindo?
A.M: Deus em primeiro lugar, meu marido Aguinaldo Barbosa Dos Santos e minha irmã Maria Clara Macieira, além, dos meus leitores.
B.G: Qual o seu estilo literário?
A.M: Poesia
B.G: Sobre quais temas você mais recebe inspiração?
A.M: O cotidiano, Filosofia e romance.
B.G: Você só escreve quando recebe a inspiração ou gosta de se “provocar”?
A.M: Geralmente, por inspiração, mas ocorrem provocações, também.
B.G: Você escreve para você ou pensa no leitor nesse momento? Conte-nos como isso funciona!
A.M: De início, escrevo sem compromisso, porém, os versos “tomam” vida e livremente invadem os corações de quem os lê.
BG: Inicialmente, você se inspirou em algum escritor? Com quais nomes da Literatura seus textos se identificam?
A.M: Quando comecei a escrever, eu tinha apenas 07 anos de vida; acredito que a inspiração surgiu da relação entre o papel e o lápis , pois não tinha conhecimento sobre o que era poesia para o mundo. Aos 12 anos, comecei a ler poetas como Cecília Meireles e Castro Alves. Nessa idade, estudava no colégio Diocesano, em Vitória da Conquista, e me levaram para ter o registro de “artista da Terra”, no Centro de Cultura Camilo de Jesus Lima. Aos dezessete anos, publicava meus textos no Informativo Cultural de Feira de Santana. Nesta época que descobri Carlos Drummond de Andrade, li A Rosa do Povo e me apaixonei. Aos 30 anos, comecei a ler poesia internacional: John Donne, Pablo Neruda e Allan Poe. Hoje, o meu espírito nacionalista pede leituras de Adélia Prado, Manoel de Barros, Bandeira, João Cabral de Melo Neto, Mário Quintana, etc. Acredito que minha inspiração provenha do ambiente familiar, por causa de minha mãe, e sua fluição do amadurecimento de minhas vivências literárias.
B.G: Você tem predileção por uma de suas obras? Com qual delas você mais se identifica e por quê?
A.M: A Morte, é um texto marcante; A Velha Dona Florzinha é um conto infantojuvenil que retrata muito da minha infância; Casamento é um poema incrível que fala de separação.
B.G: Normalmente, qual o tempo para você concluir um livro? Você planeja ou deixa acontecer? Como isso se processa?
A.M: O tempo não concorre com as poesias, então elas nascem sem quaisquer compromissos, livres como o surgimento das nuvens no céu. Porém,
a autora a serviço dessa autoridade fica em processo de construção que pode durar horas, dias ou anos. O Coração Amargo em Flor levou três anos para ser concluído; O Abraço da Esperança levou cinco anos; Meu Pensar levou dez anos.
B.G: Você faz alguns investimentos em eBooks? Você acha que, com a evolução da tecnologia no âmbito da Literatura, eles constituem ameaças ao livro impresso?
A.M: Ainda não editei eBooks, mas participei de duas antologias nesse formato. Não acho; acredito que os dois se complementam sem que o impresso perca espaço.
B.G: Qual a visão que você tem do escritor independente?
A.M: A melhor possível: a de um lutador paralelo cujo objetivo é manter a literatura acessível a todos. E os talentos estão por aí, precisando apenas de uma oportunidade.
B.G: Você costuma concorrer a editais? Você acredita no processo? Algo, em relação a isso, lhe incomoda? Em sua opinião, o escritor baiano recebe incentivo do governo (municipal, estadual e federal) suficiente para desenvolver suas obras?
A.M: Não participo de editais. Alguns escritores, inclusive que são meus colegas, recebem ajuda do governo para realizarem alguma atividade literária. Eu, ao contrário, nunca fui beneficiada por meio de editais. Sempre financiei meus livros com o meu salário de professora. Fico imensamente triste, às vezes, pois, recentemente, me inscrevi para participar de um projeto que não envolvia remuneração alguma e não fui classificada. Pode ser uma bobagem, mas apenas os mesmos de sempre foram classificados. Sinto desprezo total por quem está por trás destas ideias de favorecimento de selecionados baseadas em “panelinhas” sujas. A Secretária de Cultura do nosso Estado divulga
editais que visam atingir a todos, sem distinção, mas nunca funciona como se espera. A Acadêmia de Letras da Bahia e seus acadêmicos limitam o acesso do escritor independente aos salões nobres, de modo que o sonho de um apoio se torna em pesadelo. Mas não devemos perder a esperança: um dia, o talento vencerá.
B.G: Já ganhou algum prêmio ou edital? Em caso afirmativo, quais e quando?
A.M: Sim. Ganhei quatro: de redação quando escrevi o texto O Brasil Mudou, em 1988, pelo Intercolegial; Poetisa destaque pela Almas e Literarte, em 2015; Prêmio Federico García Lorca, em 2015, pela poesia A Morte; e, por fim, Menção Honrosa por A Velha Dona Florzinha, pela Helvetia edições Literárias.
BG: Quais das suas obras foram publicadas?
A.M: O livro “Coração Amargo em Flor”, publiquei textos em: Movimento Artpoesia, Cepa Cultural, Informativo Cultural, Revistas Banzeiro, Revista Omnira , Varal do Brasil, Revista Pense Maiss e antologias:
Antologia Mundo – Poesia – Editora Cogito, 2014.
Antologia Poética o diferencial da Favela. Galinha Pulando.2014
Antologia Poética Focus, Poesias – Editora Cogito, 2013.
Antologia Poética Cogito- Poesias, Editora Cogito, 2014.
Antologia Premium VIII, Poesias e Textos. Editora Books, 2015.
Antologia Poética Cogito- Poesias, Editora Cogito, 2º volume. 2015.
Antologia Internacional 13 – Poesia – Editora Òmnira, 2013.
Dicionário de Escritores Contemporâneos da Bahia ( Idealizador Carlos Yeshua) Editora CEPA. 2015
Heranças Luso-Espanholas, Obra Bilíngue, Editora Comunicação, 2015.
Incertezas e suas Fragilidades, Vol. II – Poesia – Ed. Scortecci, 2014.
Interfaces de Amor e Paz, Antologia Cappaz , 4º Volume.2013.
Interfaces de Amor e Paz, Antologia Cappaz. 5º Volume. 2015.
Literarte Celebra Bahia- Contos Editora Literarte, 2015
Letras Contemporâneas – Poesia – Editora Òmnira, 2012.
Palavras Desavisadas de tudo– Poesia – Ed. Scortecci, 2013.
Prêmio Valdeck Almeida de Jesus – Crônica, 2012.
Premio Valdec Almeida de Jesus- Poesia,2013.
Sensações Facebook- Poesia ( Alma Brasileira) 2013,
Grandes Autores, Editora Cogito
Sensações FaceBook ( Alma Brasileira) Conto – Editora Cogito, 2º Volume. 2014.
Solilóquio-Crônicas, Editora Cogito e Blog da Gaivtoa, 2015.
Varal do Brasil III – Poesia, 2013.
Antologia Memórias ( Blog da Gaivota) Editora Agilite Publicações e Interatividade
BG: O que mais lhe motiva a continuar a produção literária?
A.M: Os leitores.
B.G: Como foi a sua infância? Ainda tem os mesmos sonhos infantis? Realizou alguns dos sonhos da Audelina adolescente? O que marcou sua vida na infância? Isso contribuiu de que forma para a vida adulta?
A.M: Minha infância foi muito abençoada lá em Cachoeira. Minha mãe era minha professora e meus irmãos mais velhos, Maria Clara e Jaconias, brincavam comigo no lindo quintal. Sou a caçula de uma prole de oito filhos. Sonhava ser cantora, de modo que brincava de cantar na frente de minha casa. Realizei quase todos os sonhos da adolescência, como: encontrar um grande amor, ser professora de crianças e ter filhos. Acredito que muitos fatos marcaram minha vida, em especial a morte de minha mãe e depois de meu irmão Jaconias. Foram fatos tristes, mas que tive de superar e retirar da saudade o acalento para alma.
B.G: Quais as suas preferências culturais?
A.M: A dança, a música, o teatro e a fotografia, pois todos são partes da poesia.
B.G: Quais são seus planos como escritora?
A.M: Editar todos os livros que escrevi e vou escrever.
B.G: Quantos livros já lançou? Quais são eles?
A.M: Faço parte de mais de trinta antologias e tenho três livros solo: Meu Pensar, Coração Amargo em Flor, e O Abraço da Esperança.
B.G: Quantas obras você tem para lançar e quais são elas?
A.M: Em março de 2017, lançarei O Abraço da Esperança. Em 2018, Pobre Mulher Feminina Nordestina.
B.G: Você pretende lançar mais algum livro neste ano? Qual? E que tema você abordará nessa obra?
A.M: Sim, ‘O Abraço da Esperança’ que, aborda a vida humana, os sentimentos que envolvem o cotidiano das pessoas em textos de cunho filosófico e poéticos e pretende levar o leitor a refletir o seu cotidiano. O livro trás uma crônica sobre a Esperança e em seguida letras invadem a alma do leitor que mergulha na sensibilidade de Poemas como: Não tenho, “Breve é a vida não tenho a eternidade tenho o dia de hoje". O Abraço da Esperança fala ao coração e o toma em versos que o expõe e que sugere ao leitor, uma viagem longa à poesia do movimento que é a própria vida.
B.G: Já tem data e local do lançamento do seu livro , 'O Abraço da Esperança'?
A.M: Sim, pretendemos lançar do dia 24 de março no Gabinete Português de Leitura. Logo estaremos enviando convites aos nossos amigos, familiares e novos leitores que esperamos conhecer pessoalmente na noite do lançamento.
B.G: Resuma Audelina Macieira em uma frase:
A.M: Amor na alma e fé no coração.
Fotografia: Lena Filha