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Eu ouço algumas pessoas cantarem em versos vangloristas estúpidos; já terem logrado êxito com a audição divina, quando pediram a morte de um desafeto. Evidentemente, esta concepção de um deus maligno, respeitando aqueles que viviam na ignorância dos tempos primevos; é uma grande estupidez medieval. Não quero ressuscitar o passado vergonhoso, onde os invejados, os desafetos, “os… não fui com a sua cara”, “os… você não possui a cara da nossa instituição…” são caçados, emparedados, mutilados, são fuzilados e mortos, tomados como inimigos.
Mas, em qual princípio, somos batizados com essa compreensão de Deus? Em primeira instância, distanciados de “leitura correta” das Escrituras. Restringirei unicamente, a Bíblia dos cacos de cerâmica, dos papiros crescidos às margens do Nilo no Egito. O Egito fica ao norte da África, nós aprendemos na escola, mas, em nossa limpeza ideológica pensamos que o Egito está na Europa. Oh! Santa ignorância!
Voltando ao livro. Se este livro é dividido em duas enciclopédias maravilhosas de atos, poesias e conselhos, onde Jesus, exprime-se como Deus. De onde consideramos necessário fazer prevalecer a vingança divina, quando o amor, a paz e a compreensão mútua faz-se imperiosa em XisTo?
Nós, em nosso pensamento ocidental, condenamos o braço armado da Jihad. Mas, olhemos para a idade média, onde os cristãos possuíam diversas divisas armadas para matar em nome de deus. Matar em nome de Deus? Absolutamente, a Santa Inquisição perdoe-me. Mas, assim como os muçulmanos e cristãos não aceitam a decretação de sentença de morte aos inimigos da causa islâmica, também não considero, espiritual a covardia do passado e as atuais em nome de Deus, um Deus que se revela desconhecido pela subordinação humana à ignorância.
Ainda hoje, alguns pensam como o anarquista Mikhail Bakunim e seguem-no, sem o saber. O anarquista considerava Deus como uma justificativa para a ditadura e o autoritarismo dos ditadores, reis, sacerdotes, senhores de escravos; uma projeção impositiva para dominação das ideologias; onde seus principais instrumentos são sujeição cega, submissão exploratória das quais não se pode fugir sem sofrer males, onde os outros são servos, súditos inúteis. E, óbvio, o deleite da liderança consiste apenas na satisfação de suas próprias necessidades.
Mas, afinal, quem é Deus? Tomando em consideração, dentro da perspectiva das estatísticas, as religiões de via cristã estão em completo declínio. A conclusão a respeito deste declive não é espiritual, ainda que suas implicações, certamente, sejam a desobediência a Palavra de Deus. Mas, vejamos: Enquanto um muçulmano em média tem de 8 a 11 filhos; o cristão possui 0 a 2; encadeamento no pensamento de Weber quando o mesmo estabelece o Protestantismo como o preceptor do capitalismo; capitalismo aqui tomando como a concepção da época: maior posse de capital. Isto é, sendo os pagãos livres e viviam para seus deleites da glutonaria, prostituição, beberrões, batalhas longas não sendo dado a paz; a cultura protestante limita estas práticas.
Voltemos a quem é Deus. É sabido que os filósofos mais ilustres e pouco importa se a massa os conhece ou não. O que importa é sabermos ter sido Deus enfatizado por toda mente humana pensante. Pensar não é pecado e o apóstolo Paulo orienta: “Seja o vosso culto racional”. Mas, os espertos orientam, sigam-me, cegamente! O mesmo Descartes (diz-se <d/kar>) da matemática, dentre tantos outros, relacionou atributos indiscutíveis e repetidos até hoje: Onisciência, Onipotência, Onipresença, Benevolência, Bondade Perfeita ou Onibenevolência (Bondade Infinita); Simplicidade Divina, Zelo, Sobrenaturalidade, Transcedentalidade, Eternidade, Provido de Obrigações Morais.
Ora, se Deus é bom e nEle não há sombra de variação… Quando Deus concordaria com a vingança privada, a vingança pública e a vingança divina? Deus em diálogo com Moisés no Velho Testamento parece tão tranquilo quando Moisés o interroga sobre a capacidade do próprio Deus em salvar ao povo de Israel das mãos de Faraó. E decide outro rumo diante da compaixão de Moisés. E aqui, é bom inserir para os desavisados as palavras de Moisés a Deus: “Ó Senhor, por que se acende o teu furor contra o teu povo, que tiraste da terra do Egito com grande força e com forte mão? Por que hão de falar os egípcios, dizendo: Para mal os tirou, para matá-los nos montes, e para destruí-los da face da terra? Torna-te do furor da tua ira, e arrepende-te deste mal contra o teu povo. Lembra-te de Abraão, de Isaque, e de Israel, os teus servos, aos quais por ti mesmo tens jurado, e lhes disseste: Multiplicarei a vossa descendência como as estrelas dos céus, e darei à vossa descendência toda esta terra, de que tenho falado, para que a possuam por herança eternamente. Então o Senhor arrependeu-se do mal que dissera que havia de fazer ao seu povo. (Livro de Êxodo 32: 11-14).
Nos dias atuais, a nossa disposição é exatamente oposta à de Moisés, exigimos de Deus, tanto o ódio, quanto a vingança, requeremos a pena de morte, o suplício do banimento para o inferno de todo o homem corrompido e mau.
Não me permito a examinar a estrutura das qualidades humanas. Se somos bons, se somos em parte bons, se às vezes somos maus; se somos todos malignos. O indiscutível é: nossa estrutura humana não permanece nem exatos dois minutos diante da ação de Deus de não tolerar um único pecado em nosso meio. Para que todos me entendam, digo bem como está escrito no livro de Números, no capítulo 26, versículo 10: “A terra abriu a sua boca, e os tragou com Coré, quando morreu aquele grupo; quando o fogo consumiu duzentos e cinquenta homens, os quais serviram de advertência”. Pergunto: Como agiu Jesus diante de um grupo de homens armados contra uma mulher pecadora? Ora, esse exemplo não nos interessa, pelo simples fato de que Jesus nos propõe liberdade pelo amor; enquanto, os ensinos do Velho Testamento são pela força da Justiça Divina. E a qual constatação Deus chegou? Vou enviar Jesus. Deus é amor e Jesus demonstra amor em todos os seus momentos de vida. Queremos estar com pessoas simples? Não. Nós preferimos os ricos, os tribunos e poderosos. Queremos estar com doentes e enfermos? Não. Queremos estar com sadios e limpos. Queremos estar com os feios? Não. Queremos estar com o belo e o que nos cheira bem. Queremos estar com as pessoas de vida complexa? Não. Queremos estar com as pessoas bem resolvidas e bem estabelecidas financeira e socialmente.
Dentro desta perspectiva humana da nossa relação com o amor, o amor de Deus e a ação de Jesus. Veja, eu digo perspectiva humana; assim, encontro um dos filósofos mais corajosos da humanidade, pensando com sua mente célere, buscando entender a relação do homem com os desígnios de Deus: “Digo que os alemães tiveram de recorrer aos meios mais atrozes para lograrem uma memória, que os fizesse senhores dos seus instintos fundamentais, dos seus instintos plebeus e animalistas. Recordem-se os antigos castigos da Alemanha, entre outros a lapidação (já a lenda fazia cair a pedra do moinho sobre a cabeça do criminoso), a roda (invenção germânica), o suplício da força, o esmagamento sob os pés dos cavalos, o emprego de azeite ou do vinho para cozer o condenado (isto ainda no século XIV e no século XV), o arrancar os peitos, o expor o malfeitor untado de mel sob um sol ardente às picadas das moscas”. (A Genealogia da Moral, Nietzsche).
Em suma, este medo, este pânico generalizado das mortes, das forças ordenadoras e punitivas que as autoridades deixam suspensas, servem para recobrar, isto é, rememorar, fazer lembrar, pois, assim: “Se vocês entendem que Deus é cruel, vingativo e perverso, nós podemos fazer coisas piores”, eles dizem. Alguns exercem pleno controle mental das pessoas instigando-as com palavras de pânico. Qual o seu temor? Vamos temer a Deus. Temer a homens é perda de tempo. Homens, geralmente, em algum momento vai cair aos pés de Jesus contemplando seus pecados. Afinal, pecado. Todos os pecados dos homens são vistos por Deus. Temer ao diabo? Inútil. O poder pertence a Deus e sem Deus ninguém pode vencer o maligno.
O próprio homem dos salmos davídicos disse: “Prefiro cair nas mãos de Deus. Os homens não são dotados de misericórdia… Os homens, eles são maus!” Está na Bíblia que os líderes leem, leem e ensinam errado. Está na Bíblia: “Guias cegos, guiando cegos ao abismo”. Não quero atrever-me a ser intérprete do trecho de Nietzsche. Mas, arvoro-me a dizer: Nós humanos, precisamos entender que a violência é uma prática primitiva de exercer o poder! Mas, é uma linguagem que todos entendem!
Caetano Barata – Poeta, ativista cultural em Simões Filho, Conselheiro do CEPA, Pedagogo formado pela UNIME/Lauro de Freitas e estudante de Direito na UNIFASS/APOIO.
Parabéns vc E uma raridade em nosso meio deus lhe abençoe,foi um prazer lhe conhece ao pega meu carro Como uber.
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