Artigo da Jussara marta publicado originalmente em
A TARDE, A2, 3 DE DEZEMBRO DE 2018
Da Livraria Terceiro Milênio,
terapeuta, economista, empresária.
Quero registrar aqui a minha felicidade e o meu orgulho nordestino e brasileiro em razão do lançamento de Hermenêutica da Desigualdade: uma introdução às Ciências Jurídicas e também Sociais de Taurino Araújo, CBJM. Nesse sentimento, aliás, presente também se encontra a certeza de estar acompanhada por muita gente pensante que já escreveu sobre esta teoria, uma das poucas com abrangência mundial. Parabéns, Taurino Araújo do Brasil!
Diante desse monumento, as distâncias se aproximam e mesmo assim conservam doses bem medidas de abrangência e profundidade em um livro que, aparentemente, é apenas de Direito, mas logo dá conta das inquietações de todos nós, porque conforme demonstraria através de citação atribuída a Pierre Jaccard (p. 23) não “há nada no homem que seja tão especificamente individual ou social. Estes dois termos, como os de corpo e alma, não designam senão aspectos exteriores e passageiros de uma mesma realidade, que é a do homem que vive, pensa e sofre no meio de nós e que será necessário apreender no seu conjunto”. E é também isso que Taurino Araújo tece a todo tempo com as cutucadas filosóficas e, sobretudo, com a sua fórmula de realidade, respostas na lei, perguntas e respostas na lei. Em bom juridiquês: realidade-dogmática-zetética-dogmática. O que a realidade nos diz? Taurino vai respondendo a tudo isso ao longo do livro sem perder de vista os pontos de partida na lei e na Constituição, mas sem esquecer que o destinatário de tudo isso é mesmo o homem que “vive, pensa e sofre no meio de nós”.
O diferencial da obra, é esse enfoque no todo, no pensamento e nos problemas que afligem tanto a humanidade quanto os indivíduos em particular. Por isso, Agenor Sampaio Neto fala de uma conjugação de fontes em Taurino Araújo tanto nos campos da Teoria do Direito, da Transpessoalidade, do Pensamento Sistêmico, da Criminologia, da História, da Filosofia, da Cibernética e da Antropologia Jurídica que sempre se mostraram eficientes para compreender a “holística” do drama humano, sem caber em classificações pequenas, mas somente a partir dos Campos Interdisciplinares por que Taurino passeia tão bem .
Sinceramente, não havia cogitado que, lendo um livro assim, pudesse compreender com tanta facilidade aquela história social e política do processo a que se refere José Reinaldo Lima Lopes (p. 142): “o caso é decidível? Existem regras aplicáveis? Os fatos podem ser considerados juridicamente relevantes?”. Eu recomendo a leitura, vamos todos pensar sobre essas coisas e atribuir a cada criatura um lugar nesse mundo, “para o seu bem, para o meu bem e para o bem de muitos” como diria Bert Hellinger.