A
artista plástica mineira Almira Reuter expõe suas obras sobre a imigração
italiana no Brasil na exposição “Mémorias do Brasil Almira Reuter”, no dia 18
de outubro, às 18h30, na prestigiada Galeria Tibaldi Arte Conteporanea em Roma,
na Itália.
Abaixo,
o crítico de arte César Romero expõe o seu ponto de vista através do texto
Homenagem e Cultura, sobre a artista e a exposição.
Homenagem
e Cultura
Almira
Reuter a cada exposição muda o assunto, apenas a aparência, permanece a
natureza das coisas. A artista é uma contadora de histórias, tem essa vocação
memorialista e indo expor na Itália, ela de origem alemã, decidiu homenagear o
povo italiano no processo imigratório a partir de 1900, nesta sua exposição
“Almira Reuter Memórias do Brasil”. Estudou cuidadosamente o tema, das
embarcações que chegavam, das esperas no cais, das trilhas a andar, das viagens
de trem, caminhão até as lavouras de café, uva, para a sobrevivência. Era a mão
de obra livre, quando se anunciava o fim próximo da escravidão.
Almira
faz homenagem a personagens do cinema como Mazzaropi ator e cineasta, filho de
imigrantes italianos, O Lambe-lambe uma forma de arte urbana antiga, que hoje
ganha espaço nas decorações temáticas. Também a pintores como Chagall, Volpi e
Portinari e ainda Pietro Maria Bardi e Lina bo Bardi, todos de ascendência
italiana.
A
cultura brasileira é plural, os imigrantes todos eles, contribuíram tanto com
nosso desenvolvimento industrial como nossa cultura.
Nos
estudos sobre cultura que significa no latin cultivar, tem-se de forma escrita,
167 definições diferentes. Sabe-se claramente que cultura não é um ideal da
elite, mas todo um complexo que acumula informações, crenças, arte, lei, moral,
costume, hábitos e aptidões que são assimiladas pelos indivíduos que formam a
sociedade.
Depois
da segunda guerra mundial abriram-se perspectivas para novos tempos em que a
cultura se firma como um novo ideal, buscando eliminar as diferenças entre os
povos, direcionando-se a uma realidade mais humanitária no mundo, no intercâmbio
das mais diversas estéticas e encontros. Todas as áreas das artes formam
referência e memória aprofundando essência individual e coletiva, buscando
permanência e proteção guardando nosso patrimônio material e intangível. Nosso
espirito nativo é história.
A
cultura é o grande ideal de um povo. Sem ela não se concebe uma noção de pátria
e pertencimento. No Brasil podemos pensar numa cultura endógena, de alma
popular traduzida por nossas crenças, lendas, fábulas, mitos, religiosidade e
pessoalidade.
Almira
cuida das personagens com profunda ternura num expressionismo comovente, cada
personagem tem tratamento especial seja na forma, seja na cor. A artista não
tem pressa no seu fazer, vai lentamente compondo as cenas, com extremado
cuidado. Madrugadas inteiras no diálogo com os pincéis e as tintas, criando
estampas, desenvolvendo ideações.
Almira
une culturas e cultura é criação e informação, é aparelhar e instrumentalizar o
homem para uma vida melhor.
Serviço
Exposição
“Memórias do Brasil Almira Reuter”
Data:
18 de outubro (terça-feira)
Horário:
18h30
Local:
Tibaldi Arti Contemporanea
Endereço:
Via Panfilo Castaldi, nº 18, 00153 – Roma, Italia
(Fotos:
Divulgação)