Dizem que o Brasil dos brasileiros é um país de uma pátria de paz,
Que o Rio de Janeiro é maravilhoso e bom,
Que Salvador do acarajé é a Terra do axé!
Dizem até que Brasília, a cidade do Planalto, modelo de Kubitscheck,
Foi planejada perfeita para a paz!
Ele não sabe das atrocidades, das corrupções, das barbaridades.
Planejou, construiu um mundo exótico,
Onde os políticos se uniriam em busca de soluções.
E os favelados de Diadema, os meninos da Candelária, o índio incendiado
Como na Idade Média? Onde?
Lá, perto dos juízes, dos ministros, dos grandes privilegiados!
Ele só queria negociar a paz,
Buscar soluções para sua tribo;
Silenciado foi, como os cristãos pelo papado.
Eles não mandam, mas suas leis não punem os culpados.
Kubitscheck! Kubitscheck!
Você se indignaria;
É triste o quadro de Brasília:
Os Homens nada fazem:
A Rampa construída para subir a paz, as grandes ideias, as eficazes soluções; Homens capazes de acenarem a Bandeira, a Bandeira de um país exemplar,
Rico em minérios, fauna, flora, que está sendo escalado por corruptos,
Fazendo do seu Brasil, Pátria amada,
Um país falido, sem crédito.
Não pelos poderosos, mas pelo pobre, sim, que pede socorro.
Grita:
Juscelino!
Ele deveria ter sido selecionado!
É preciso que o Brasil, o Brasil dos brasileiros, tire a máscara da impunidade,
Descubra homens de coragem, outorgue Leis,
Que obriguem os homens fortes a fazerem dos fracos a meta do seu governo,
Que linchem demagogias que não retratem as causas do povo!
Falta amor filantrópico, falta caráter limpo, falta o povo tomar coragem,
Subir a Rampa com o direito de povo representado;
Tirar do poder os delinquentes de colarinhos brancos!
Não somos mais colônias,
Mas continuamos trabalhando, cavando por ouro, pagando impostos,
E o nosso povo continua morrendo de fome!
Sem educação, sem saúde, sem moradia, desesperado!
Muitos se tornam contrabandistas na Ponte da Amizade;
No seu país são famintos, vivem escravizados;
Seu governo é seu inimigo!
Rouba seus impostos, suas usinas, suas conquistas do Império!
Juscelino Kubitscheck,
O país que você sonhou em Brasília,
Hoje é um Brasil desacreditado.
______________________________________________________________________
Lucymar Soares
Lucymar Soares, conhecida por Cymar Gaivota é mineira (Serra dos Aimorés) criada na Bahia (Argolo), jornalista, poeta, blogueira (blogdagaivota.com) e assessora editorial. Lucymar participou junto a Cogito Editora da organização da Antologia Soliloquio e pelo seu blog: Antologia Memórias - Vol. I; Cymar lançou os livros de poesia: Cicatrizes, Nas Asas da Gaivota, Quando o amor faz feliz.
Registro do lançamento do Projeto - Carta ao Presidente do Jornalista Carlos Yeshua:
Fotos: Roberto Leal/Carlos Souza