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Resultados da pesquisa

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

BRASILEIRA CRIA PELE ARTIFICIAL COM TECIDO DE PORCO



Se for compatível, o material poderá ser uma alternativa barata para a pele usada em transplantes, tecido mais escasso em bancos de órgãos

Uma brasileira especialista em aproveitamento de resíduos sólidos desenvolveu uma pesquisa inusitada para a produção de pele artificial. O material, produzido com base na pele de porcos, pode ser uma alternativa barata para a pele humana, o tecido mais escasso em bancos de órgãos. O trabalho foi realizado pela química Joana D’Arc Félix de Sousa, com seus alunos do curso técnico em curtimento (tratamento de pele de bois e porcos para a fabricação de couro) da Escola Técnica Estadual (Etec) de Franca, no interior do estado de São Paulo.

Segundo a pesquisadora, a inspiração para este trabalho surgiu ao ver uma notícia de que estava faltando pele humana para transplantes. Na ocasião, só havia três bancos de pele funcionando no país — em Porto Alegre, São Paulo e Recife. Há alguns meses, no entanto, Curitiba também inaugurou o seu.

A pele de porco, que tem 78% de semelhança com a humana, já é usada em enxertos temporários, mas não de modo definitivo, por causar rejeição. Para resolver este problema, a equipe utilizou derme (camada intermediária da pele, localizada abaixo da epiderme) de porcos como matriz para criar um modelo mais adequado ao ser humano.
Com um processo de purificação da pele, que eliminou gordura, proteínas e células suínas, todo o material genético do animal foi retirado do tecido. Com o material limpo, a etapa seguinte foi preenchê-lo com colágeno de boi, para manter as características estruturais da pele humana.

Economia — A substância, utilizada em cosméticos, é comercializada a preços que podem chegar a 53 reais o quilo. Para evitar esse gasto, a alternativa foi extrair a substância de resíduos de couro curtido. Dessa forma, os pesquisadores obtiveram o colágeno a um custo de apenas dois reais o quilo. Segundo Joana, 1,5 metro da pele obtida com base na derme de porco custa 83 reais, enquanto a mesma quantidade de pele artificial pode custar até 5.000 reais.

Amostras do material estão sendo enviadas para serem analisadas pela pesquisadora Silvya Stuchi Maria-Engler, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP), que também desenvolve peles artificiais. Ela vai testar a compatibilidade com a pele humana e, após a confirmação, testes clínicos poderão ser realizados.




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