Estudante da UnB que nasceu mulher e se
descobriu homem aos 18 anos sofre com o conflito entre aparência e nome de
registro
Na universidade ele conseguiu o registro com
o nome social, mas não nos documentos.
O estudante de ciência política na UnB
(Universidade de Brasília) Marcelo Caetano, de 23 anos, descobriu sua
transexualidade aos 18 anos, durante uma aula de direito, que cursava na UFPR
(Universidade Federal do Paraná). Ele nasceu em Santos, com corpo de mulher,
mas diz que nunca lidou muito bem com o seu gênero biológico.
— Hoje eu consigo perceber coisas que
aconteciam na minha infância que indicam que eu não me sentia confortável com o
gênero feminino. Mas eu não tinha recursos de linguagem e de conhecimento para
entender do que se tratava. Aí um professor de direito civil comentou sobre o
nome social e eu fui saber que isso existia e pesquisei mais sobre o
assunto.
O jovem ainda não fez a operação de mudança
de sexo, mas já passa pelo tratamento médico que antecede o procedimento
cirúrgico. Nesta fase, há acompanhamento psicológico, psiquiátrico e
hormonal.
— O acompanhamento psicológico eu faço há
quatro anos e o tratamento hormonal há um ano e meio.
Preconceito e dificuldades
Por ser transexual, Marcelo enfrenta uma
série de dificuldades diárias, sobretudo o que chama de preconceito
institucional. Ele diz que em qualquer situação burocrática que precisa
resolver, há sempre um conflito entre a aparência e o documento de identidade,
que ainda traz o nome feminino de registro.
— Existe sempre aquele questionamento se sou
eu mesmo, se aquele documento é meu. Isso acontece em bancos, cartórios. Até
aqui na UnB, que consegui regulamentar o meu nome social, mas que, na minha
perspectiva, não ocorreu de forma satisfatória e continua havendo uma série de
problemas.
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