Reality show em Marte: projeto holandês é visto com ceticismo pela comunidade científica (Divulgação) |
Empresa Mars-One pretende levar 24
voluntários para morar no planeta em 2023
Mais de 200.000 pessoas de 140 países
inscreveram-se para fazer parte do primeiro grupo de colonizadores de
Marte em uma viagem sem volta. O levantamento foi divulgado nesta segunda-feira
pela empresa holandesa sem fins lucrativos Mars-One, à frente do projeto.
Segundo informações divulgadas em abril, a empresa busca 24 voluntários — seis
grupos de quatro pessoas — de diferentes nacionalidades para enviar ao planeta
vermelho em missão só de ida.
Ao todo, 202.586 pessoas se registraram para
integrar a primeira leva de colonos. As inscrições foram abertas em abril deste
ano. O maior grupo de interessados é dos Estados Unidos (24%), seguido por
Índia (10%), China (6%) e Brasil (5%). Há ainda candidatos da Argentina, Chile,
Colômbia, Espanha, México, Peru, Alemanha, Austrália, Canadá, Filipinas,
França, Itália, Polônia, Reino Unido, Rússia, Turquia e Ucrânia.
Três fases de seleção estão previstas para os
próximos dois anos. Até 2015, entre seis e 10 equipes de quatro pessoas
receberão treinamento completo, antes que "algumas delas se tornem em 2023
os primeiros humanos a pousar em Marte para lá viverem pelo resto de suas
vidas", segundo a Mars-One.
Ceticismo — O projeto, estimado em 6
bilhões de dólares, recebeu o apoio do ganhador holandês do Prêmio Nobel de
Física em 1999, Gerard't Hooft, mas ainda desperta muito ceticismo na
comunidade científica. Até agora só houve missões com robôs até Marte,
todas realizadas pela Nasa. A agência espacial americana informou em maio que
os Estados Unidos estão decididos a enviar astronautas a Marte dentro de duas
décadas.
São muitos os obstáculos para uma missão de
colonização do planeta vermelho. Além de não poder retornar à Terra, os
participantes terão que encontrar água, produzir oxigênio e cultivar seus
próprios alimentos. A viagem, em si, é outro desafio: os tripulantes terão de se
submeter a altas taxas de radiação cósmica. Atualmente, não existe uma cápsula
capaz de transportá-los em segurança até Marte, admite a Mars-One.
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