O poeta Thomas Stearns Eliot |
Ler autores clássicos, como Shakespeare, William Wordsworth e T.S.
Eliot, estimula a mente e a poesia pode ser mais eficaz em tratamentos do que
os livros de autoajuda, segundo um estudo da Universidade de Liverpool
publicado nesta terça-feira (15.01.2013)
Especialistas em ciência, psicologia e
literatura inglesa da universidade monitoraram a atividade cerebral de 30
voluntários que leram primeiro trechos de textos clássicos e depois essas
mesmas passagens traduzidas para a "linguagem coloquial".
Os resultados da pesquisa, antecipados pelo jornal britânico
"Daily Telegraph", mostram que a atividade do cérebro
"dispara" quando o leitor encontra palavras incomuns ou frases com
uma estrutura semântica complexa, mas não reage quando esse mesmo conteúdo se
expressa com fórmulas de uso cotidiano.
Esses estímulos se mantêm durante um tempo,
potencializando a atenção do indivíduo, segundo o estudo, que utilizou textos
de autores ingleses como Henry Vaughan, John Donne, Elizabeth Barrett Browning
e Philip Larkin.
Os especialistas descobriram que a poesia
"é mais útil que os livros de autoajuda", já que afeta o lado direito
do cérebro, onde são armazenadas as lembranças autobiográficas, e ajuda a
refletir sobre eles e entendê-los desde outra perspectiva.
"A poesia não é só uma questão de
estilo. A descrição profunda de experiências acrescenta elementos emocionais e
biográficos ao conhecimento cognitivo que já possuímos de nossas
lembranças", explica o professor David, encarregado de apresentar o
estudo.
Após o descobrimento, os especialistas buscam
agora compreender como afetaram a atividade cerebral as contínuas revisões de
alguns clássicos da literatura para adaptá-los à linguagem atual, caso das
obras de Charles Dickens.
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