Em ratos, ingrediente de molho indiano acelerou a
regeneração (Foto: Cardoso/BSIP/AFP)
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Pesquisa alimenta esperanças na luta contra Alzheimer.
Molho indiano teria estimulado células nervosas em ratos.
Um estudo alemão sugere que o famoso molho indiano curry pode ajudar a combater doenças degenerativas graves, como o Alzheimer. Segundo a pesquisa, feita com ratos, um dos componentes que torna o curry picante pode acelerar a capacidade de regeneração do cérebro.
O estudo foi feito no Instituto de Neurociência e Medicina, na Alemanha, e publicado no jornal científico "Pesquisas e terapias com células-tronco". Ele concluiu que um composto encontrado no açafrão-da-terra (ou curcuma) – um dos ingredientes do curry - pode estimular o crescimento de células nervosas que seriam parte do ‘kit’ de reparação do cérebro.
Cientistas avaliam que, baseado nesse estudo, é possível achar um caminho para remédios mais eficientes para tratar o mal de Alzheimer. Mas para a pesquisadora britânica Laura Philipps ainda é cedo para tirar conclusões sobre o efeito do curry em doenças degenerativas.
"Não está claro se os resultados dessa pesquisa funcionarão também para pessoas ou se essas novas células cerebrais poderiam beneficiar quem tem Alzheimer", diz Philipps. "Precisamos de estudos mais avançados para entender os efeitos desse componente em uma doença tão complexa como o Alzheimer - e até lá as pessoas não devem começar a estocar açafrão-da-terra."
Pesquisa
Os pesquisadores do Instituto de Neurociência e Medicina estudaram os efeitos do turmerone aromático, um composto natural encontrado no açafrão-da-terra. Eles injetaram o componente nos ratos e, em seguida, passaram a monitorar o cérebro dos animais.
Com o tempo, notaram uma atividade maior de uma parte específica do cérebro onde há o crescimento e desenvolvimento de novas células nervosas. Por causa desse resultado, os cientistas acreditam que o componente do açafrão-da-terra pode estimular a proliferação de células cerebrais.
Em uma parte separada do estudo, os pesquisadores mergulharam células-tronco neurais em diferentes concentrações do tumerone aromático. Essas células têm a capacidade de se transformar em qualquer célula cerebral e os cientistas sugerem que elas poderiam ter um papel importante na reparação do cérebro após uma lesão ou doença.
Descobertas
"Em seres humanos e animais mais desenvolvidos, essas células-tronco neurais parecem não ser suficientes para reparar o cérebro, mas em peixes e pequenos animais menores funcionam bem", explicou a pesquisadora Maria Adele Rueger, que fez parte da equipe que fez o estudo.
Segundo a pesquisa, quanto maior a concentração de turmerone aromático, maior o crescimento das células-tronco neurais. As células banhadas no componente parecem ter se desenvolvidos em células cerebrais de forma mais rápida.
"É interessante que seja possível aumentar a eficácia das células-tronco com o turmerone aromático", diz Rueger. "E é possível que isso também possa ajudar no reparo do cérebro."
Rueger está avaliando se seria viável fazer testes em seres humanos para avançar na pesquisa.
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