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Baseado em Lucas 23
Do Livro BARULHO DAS LÁGRIMAS
Lucymar Soares (Cymar Gaivota)
Mestre
Vejo-O como hoje caminhando ao Gólgota
Teus passos para a morte...
Quanta dor Te fiz sentir
Com o madeiro nas costas
Desfilastes pelo meio da Avenida
O povo zombando
Acompanhavam os teus passos
Calado
Sem abrir a Tua boca
Caminhastes
Passo a passo
Com gemidos de dor
Prosseguistes para o Calvário
Nessas alturas o Teu físico já doía tanto
Quanto à dor
Que transpassada pelo fio daquela flecha
Manifestava a mais pura essência
Do desamor dos homens para Contigo
Cada martelada naqueles pregos
Correspondia ao perdão
De milhões de alma cruas
Que Tu meu Mestre
Já sem fala pedia ao Pai
- “Pai
Perdoa- os
“Eles não sabem o que fazem.”
Imagino o sofrimento que Teu corpo sentiu
Quando na cruz cravaram aqueles pregos
Malditos pregos
Mestre
Cabisbaixo na cruz
Como um inocente cordeiro
Apresentastes ao Mundo o maior ato
De amor
E humildade
Que os homens jamais verão
Até os Teus amigos Te abandonastes
Naquele dia
Que antecedia a Tua morte
Quando se aproximava
O dia da crucificação
Como não gemestes
Intercalado
Por ter que passar
Por momentos
Que não Ti pertenciam
Sozinho recebeu o amanhecer
Daquele dia
Maldito dia
Nunca deveria ter chegado
Não para Te que não tinha pecado
Deveriam todos os homens
Serem levados à guilhotina
Suas almas serem exterminadas
Não merece o homem tamanho amor
Obra arrependida do Criador
Pouco tempo vivestes sobre a Terra
Filho Celestial
Na Terra jamais construístes morada
Bem fizestes Tu
Bendito Cristo
Ainda bem que o Pai
Recolhestes-te
Desta Terra maldita
Só quem deveria viver aqui
Somos nós
Desobedientes
Ingratos
Sabemos que Tu foste preparar
Um lugar
Para que onde Tu estiveres
Nós estejamos
O sofrimento na cruz
Garantiu para nós morados no céu
Não merecemos bom mestre
Morar ao Teu lado
Com Amor
Por Amor
Em amor
Só Amor
Fez com que
O Criador traçasse para Ti
Tamanha dor
Porque Ele vive posso crer no amanhã
Imagem do Google/Arte: Cymar Gaivota |
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