Vídeo publicado por Miguel Nicolelis no Facebook no dia 22 de maio mostra novos testes com exoesqueleto (Foto: Reprodução/Facebook/Miguel Nicolelis) |
Miguel Nicolelis comanda equipe de
cientistas do projeto 'Andar de Novo'.
Segundo cientista, teste mostra que 'proposta é factível'.
Foi concluído com êxito o último teste
do projeto Andar de Novo, que fará com que um paciente paraplégico caminhe na
Arena Corinthians e dê o pontapé inicial da Copa do Mundo no dia 12, disse na
noite de quinta-feira (29) o neurocientista Miguel Nicolelis, que comanda o
projeto.
Com o cumprimento desta etapa, a equipe
de Nicolelis também comprovou a hipótese inicial do projeto de que seria
possível uma pessoa paraplégica caminhar com a ajuda de uma estrutura robótica
comandada pelo cérebro desse paciente.
"Agora nós temos os dados,
evidentemente que nós teremos que analisá-los nos próximos meses. Mas nós temos
primeiro a confirmação de que a ideia que foi proposta é factível, que ela é
realizável, e ontem (quarta-feira) nós realizamos o teste da demonstração que
nos foi pedido para a abertura da Copa, e conseguimos realizar como
planejado", disse Nicolelis à Reuters por telefone.
Agora, a equipe de Nicolelis vai tratar
com a Fifa sobre a logística da demonstração. "Agora nós vamos nos
preparar para as condições de fazer num campo de futebol, com todos os dados
que nós coletamos ao longo desses meses", disse.
O cientista acrescentou que, com a
conclusão da parte científica, clínica e tecnológica do projeto, abrem-se novos
caminhos de pesquisa nas áreas de reabilitação e melhora na qualidade de vida
de pacientes portadores de doenças que geram paralisia.
Ele também afirmou que os detalhes do
projeto "serão relatados numa série de artigos científicos".
"É a primeira vez que foi feito,
com essa magnitude, com esse número de pacientes, com essa complexidade, um
sistema que tem a intervenção direta do cérebro do paciente e também remete
feedback tátil para o paciente", disse ele, se referindo ao exoesqueleto,
estrutura robótica que permite que o paciente caminhe comandando o aparelho com
o cérebro e sinta a sensação de caminhar novamente.
"Estão abrindo-se agora várias
linhas de pesquisa com esses resultados desses 18 meses que a gente pretende
expandir tanto aqui no Brasil como parte do consórcio Andar de Novo... Isso vai
expandir dramaticamente o interesse de outros grupos de pesquisa nesta
abordagem."
Após a demonstração na abertura da Copa,
Nicolelis e sua equipe esperam "descansar razoavelmente" para somente
depois anunciar os próximos passos do projeto.
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