Poesias de Antonio Sanches
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Antônio Sanches |
Molhada é a Alma
Se num dia a chuva cai
empapando a terra
toda a tristeza se vai
termina ali a guerra.
empapando a terra
toda a tristeza se vai
termina ali a guerra.
Esperando campos verdejantes
o povo fica num sorriso só
deixa de haver retirantes
ou gente que cause dó.
o povo fica num sorriso só
deixa de haver retirantes
ou gente que cause dó.
Ao amanhecer começa a faina
para a roça vai o povo.
e com um sol que não amaina
é e preciso plantar de novo.
para a roça vai o povo.
e com um sol que não amaina
é e preciso plantar de novo.
Semear nem que sejam ilusões
para na terra tudo crescer
o milho a mamona ou os feijões
alimento para conseguir viver.
para na terra tudo crescer
o milho a mamona ou os feijões
alimento para conseguir viver.
Não é muito o que se deseja
nessa vida só de agruras
e o sertanejo quando festeja
não são grandes as farturas.
nessa vida só de agruras
e o sertanejo quando festeja
não são grandes as farturas.
Mesmo com toda a bravura
lutando contra a Natureza
é ver a sua candura
quando o sertanejo reza.
lutando contra a Natureza
é ver a sua candura
quando o sertanejo reza.
O Sertão é a imagem real
de uma crença desmedida
num fanatismo total
que às vezes atrasa a vida.
de uma crença desmedida
num fanatismo total
que às vezes atrasa a vida.
Terra Molhada
Hoje senti o cheiro da terra molhada
e não ajoelhei…
Correu o dia
na pressa de quem foge
e eu
na lentidão de quem se não encontra
lutei com o outro de mim.
Caiu a noite
com ela o sereno em cortina opaca
e de novo
este cheiro de mãe e de vida.
Ajoelhei
beijei a terra
e dormi.
Veja um pouco mais da entrevista de Carlos Conrado e Antonio Sanches:
Veja mais:
e não ajoelhei…
Correu o dia
na pressa de quem foge
e eu
na lentidão de quem se não encontra
lutei com o outro de mim.
Caiu a noite
com ela o sereno em cortina opaca
e de novo
este cheiro de mãe e de vida.
Ajoelhei
beijei a terra
e dormi.
Veja um pouco mais da entrevista de Carlos Conrado e Antonio Sanches:
C.C – Ao seu olhar, pode me descrever uma resenha do seu
livro que está sendo lançado pela Cogito Editora?
A.S – Com as independências de colônias, deixaram
muitos filhos abandonados e outros conseguiram mais tarde unir-se aos restantes
familiares, o enredo criado relata uma estória fictícia que ilustra esses
acontecimentos. Mais tarde a emigração de Brasileiros para Portugal, em
condições de sobrevivência arrastou muita gente de condições bastante duvidosas
e isso transformou algumas opiniões acerca do Brasil e dos brasileiros. Sempre
pretendi mostrar que tal como em todos os países há gente de todos os quilates.
Com o meu conhecimento da vida no Brasil, tentei mostrar algumas formas de vida
e por fim usei a ação de um português muito vivido nos vários teatros para
fazer uniões e esclarecimentos.
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