Apesar de ter formatos diferentes, todas as feiras do livro e festas literárias têm o mesmo objetivo: promover o livro e seus autores, além de incentivar o hábito da leitura, algo tão fundamental para a formação moral, cultural e intelectual do indivíduo.
Carlos Yeshua Souza
No último mês de agosto ocorreu a 5ª
Feira do Livro – Festival Literário e Cultural de Feira de Santana, com a
presença maciça de estudantes das escolas públicas e particulares. Foi tocante
perceber como alguns desses alunos ficavam encantados com o universo mágico
formado pelos livros, enquanto outros pareciam perdidos diante do contato
intenso com uma infinidade de publicações.
Além dos estudantes, a feira contou
com a visitação de pessoas de todas as idades, que foram prestigiar um evento
que já faz parte do calendário cultural da “Princesa do Sertão”.
Os organizadores distribuíram 200 mil
reais em vale livros e com isso, os estudantes além de visitar o espaço da
feira, que era composto por uma vasta programação cultural, tiveram a
oportunidade de levar para casa alguns exemplares do seu interesse, para iniciar
seu processo de leitura. E é nesta questão que está à importância desse
trabalho: o incentivo a leitura, sobretudo de crianças e jovens, que estão em
processo de formação e precisam de conhecimento para enfrentar os desafios da
vida adulta.
Ainda em agosto, a cidade de Ilhéus
também promoveu sua primeira Feira Literária, cujo título foi Ler Amado, o
evento fazia parte do Festival Amar Amado, realizado em homenagem
ao centenário do escritor Jorge Amado. A programação foi uma verdadeira imersão
nas artes: literatura, música, cinema, teatro, dança, gastronomia e artes
plásticas.
Em outubro foi à vez da cidade
histórica de Cachoeira, no Recôncavo baiano, receber a segunda edição da FLICA
- Festa Literária Internacional de Cachoeira, que contou com a presença de
escritores locais, nacionais e internacionais, proporcionando aqueles que
estiveram no evento, momentos de conhecimento, diversão e lazer de alto nível.
Já no final de novembro e início de dezembro, quem entrou no circuito
das festas literárias da Bahia foi à cidade de Jequié, com a Festa Literária do
Sertão de Jequié, coordenada pela Pró-reitoria de Extensão e Assuntos
Comunitários da UESB (Proex), em parceria com a Academia de Letras de Jequié e
curadoria do escritor e jornalista Domingos Ailton. O evento teve como tema “O
regional que se torna universal” e reverenciou o centenário de nascimento
de Jorge Amado e de Luiz Gonzaga. A intensa programação cultural envolveu a
população local e das cidades circunvizinhas, em torno do poder transformador do
livro e da leitura.
Observando este cenário descrito acima
é possível perceber que aos poucos, a Bahia vem materializando a cultura das
festas literárias, fato que demorou anos para começar a tomar corpo. Mas,
como diz a sabedoria popular, antes tarde do que nunca! Em outros estados,
a exemplo do Rio de Janeiro, com a FLIP - Festa Literária Internacional de
Paraty, realizada desde 2003 e a FLIPORTO - Festa Literária Internacional de
Pernambuco, que iniciou em 2005, mostra que este tipo de evento já é algo
consolidado.
A FLIP e a FLIPORTO são as mais
famosas, no entanto, no Brasil existem muitas outras festas, inclusive mais
antigas do que estas, como é o caso da Feira do Livro de Porto Alegre,
que já está na58ª edição, começou no ano de 1955. Apesar de ter
formatos diferentes, todas as feiras do livro e festas literárias têm o mesmo
objetivo: promover o livro e seus autores, além de incentivar o hábito da
leitura, algo tão fundamental para a formação moral, cultural e
intelectual do indivíduo.
CARLOS SOUZA YESHUA / JORNALISTA E
COORDENADOR DA UNIÃO BRASILEIRA DE ESCRITORES – UBE/BA.
Artigo publicado no jornal A Tarde.
Salvador, domingo, 30.12.2012. Populares, página 6.
Fonte: http://carlossouza.zip.net/
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