Dispositivo transparente criado a partir de grafeno
e microfios de prata foi testado em coelhos, sem apresentar efeitos colaterais.
O Google
Glass é um óculos inteligente, capaz de se conectar à internet e mostrar ao
usuário imagens que não existem no mundo real. Além de funcionar como um
dispositivo de realidade aumentada, ele pode gravar e fotografar tudo à sua
frente. A tecnologia deve chegar ao mercado em
2014.
Pesquisadores sul-coreanos, no entanto, já começaram a
desenvolver um dispositivo que pode deixar os óculos desenvolvidos pelo Google
obsoletos, pois coloca todas as suas funcionalidades em um dispositivo muito
mais discreto: uma lente de contato.
Os cientistas
construíram um eletrodo fino, transparente e flexível, feito a partir de
grafeno e nanofios de prata, e o modelaram na forma de uma lente. Em seu
interior, colocaram uma pequena luz LED e testaram a tecnologia em um coelho.
Durante as cinco horas que duraram o experimento, nenhum efeito colateral foi
detectado. Segundo os pesquisadores, isso demonstra que o uso de lentes de
contato que tiram fotos e gravam o ambiente está deixando de ser ficção
científica. A pesquisa foi publicada na revistaNano Letters.
Os
eletrodos transparentes não são uma novidade, e têm sido usados em muitos
utensílios, como aparelhos de TV de tela plana, células solares e luzes LED. O
material do qual é feita a maior parte desses eletrodos — o óxido de
índio-estanho —, no entanto, é frágil e quebra muito facilmente, não podendo
ser flexionado.
O time de
pesquisadores do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Ulsam, na Coreia
do Sul, desenvolveu um material híbrido, feito a partir de grafeno e de
nanofios de prata, que foi capaz de produzir eletrodos flexíveis, transparentes
e elásticos, com alta performance elétrica e ótica. Mesmo quando dobrado, o
material apresenta pouca variação em sua condutibilidade elétrica.
Em
seguida, eles demonstraram que um pequeno LED cabia em lentes de contato feitas
com o material. Para testar a segurança da nova tecnologia, as lentes foram
aplicadas nos olhos de um coelho vivo durante cinco horas. Ao final do
experimento, o animal não apresentava nenhum comportamento anormal, como olhos
irritados ou sangramentos.
A
estrutura híbrida criada pelos pesquisadores ainda está em seus primeiros
passos de desenvolvimento, mas já apresenta uma grande variedade de aplicações.
Além do seu uso em lentes de contato inteligentes, os cientistas dizem que ela
pode ser usada para criar novas telas flexíveis e células solares.
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