Já são poucas as
mulheres que choram para ganhar a vida no país, embora cada sessão de choro
renda a Liu cerca de R$ 1.200.
A profissão também é polêmica, já que muitos a consideram a
comercialização do luto.
Liu lembra que se trata de uma
profissão antiga. Segundo a tradição taiwanesa, os mortos precisam de uma
despedida ruidosa para passar à outra vida.
“Quando um ente querido morre, tudo é
tão dolorido que na hora do funeral já não restam lágrimas”, diz Liu.
“Como é que se muda o estado de ânimo
para demonstrar toda essa tristeza?’, questiona Liu.
Ela mesmo responde dizendo que sua
profissão ajuda a família a dar o tom adequado à despedida.
A tradição teria começado quando as
mulheres da família muitas vezes estavam distantes na hora dos funerais, por
viverem em outras cidades.
Para substituir o choro das mulheres,
as famílias passaram a contratar carpideiras.
Os tradicionais funerais taiwaneses
são elaborados e combinam um luto sombrio com outro de tom mais alegre.
Além de chorar, Liu e sua equipe de
carpideiras se vestem com roupas coloridas e fazem alguns passes de danças
quase acrobáticos. Seu irmão, A Ji, toca instrumentos de corda tradicionais.
Liu depois se veste de branco e se
acerca ao caixão. Ali realiza seu choro mais conhecido, enquanto o irmão toca
órgão.
Os grunhidos são prolongados e
abafados, uma mescla de choro e canto.
Perguntada sobre como faz brotar as
lágrimas em seu rosto, ela insiste em dizer que é um choro real.
“Em cada funeral eu sinto que a
família é minha família, e coloco meus próprios sentimentos alí”, diz.
“Quando vejo as pessoas aflitas, fico
ainda mais triste”.
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