“O estudo mostra que o córtex
somatossensorial pode ser influenciado pela visão, o que vai contra tudo
escrito nos livros de neurociência” Esta é a frase do professor da Universidade
de Duke, nos EUA, o brasileiro Miguel Nicolelis. Em um artigo publicado no
aclamado periódico PNAS (Proceedings of the National Academy of Sciences),
nesta segunda-feira (26/08), o brasileiro e seus colaboradores mostraram que a
região do cérebro responsável por receber estímulos táteis também pode
processar estímulos visuais.
Na pesquisa, dois macacos foram imobilizados e colocados à frente de uma tela de computador. Na tela, projetavam-se representações tridimensionais do corpo completo dos macacos.
Na pesquisa, dois macacos foram imobilizados e colocados à frente de uma tela de computador. Na tela, projetavam-se representações tridimensionais do corpo completo dos macacos.
Na primeira fase do experimento, a
imagem gerada na tela era de o braço da representação gráfica seno tocado por
uma bola virtual. Ao mesmo tempo em que o macaco sentado em frente a tela
recebi um estímulo tátil de uma robô. Em ambas as situações, as regiões
primária somatossensorial e a motora do córtex neuronal eram monitoradas.
Em seguida, o processo foi repetido.
Porém, com uma leve mudança: no momento em que a bola virtual tocava o braço do
macaco gráfico, não havia o toque tátil do robô. Quando isso acontecia, o
cérebro respondia da mesma maneira que a da primeira fase do experimento. Além
disso, a resposta ao estímulo virtual era 50 a 70 milissegundos mais lenta que
o toque físico, resposta consistente com o tempo envolvido nos caminhos que
ligam as áreas do cérebro responsáveis pelo processamento visual e motor.
Esses resultados demonstram que a
visão tem influência sobre a região cerebral correspondente ao tato e uma
intrínseca plasticidade do cérebro. E também podem ajudar na incorporação de
próteses em seres humanos, por meio do esclarecimento das propriedades da
interface cérebro-máquina, parte do projeto Walk Again (Andar de Novo) que visa
fazer com que um paralítico dê o chute inicial na Copa de 2014. O projeto o
qual também conta com a colaboração do brasileiro Miguel Nicolelis.
Fonte PNAS
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