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Boletim de Cientistas Atômicos
afirma que nós ainda estamos perigosamente perto do juízo final e apresenta as
evidências
A posse de armamento nuclear por
parte de alguns países está causando uma elevação no risco mundial para o nosso
fim. Isso mesmo, a cada ano, desde 1945, oBoletim de Cientistas Atômicos (da Universidade de
Chicago) envia uma carta ao Conselho de Segurança da ONU em que informa o quão
perto estamos do apocalipse nuclear usando o simbólico “Relógio do Juízo Final”.
Esse relógio utiliza uma analogia em
que a raça humana está a certos "minutos para a meia-noite", onde
esse horário representa a destruição por uma guerra nuclear.
Em 1953, por exemplo, estávamos à
apenas dois minutos para meia-noite, quando os Estados Unidos e a União
Soviética testaram dispositivos termonucleares no intervalo de nove meses entre
um e outro. Essa foi a época em que o relógio marcou a sua mais perigosa e
curta aproximação da meia-noite.
O novo relatório diz que em 2014
ainda estamos a cinco minutos do Apocalipse. "Cinco minutos é muito
perto", dizem eles. Confira abaixo algumas evidências apresentadas pelos
cientistas do Boletim que elaboraram o relatório e as suas considerações:
Rússia e Estados Unidos
Barack Obama e Vladimir PutinFonte da imagem: Reprodução/The New York Times |
Segundo o Boletim, em meados de
junho, durante uma visita à Berlin (na Alemanha), o presidente Obama propôs uma
redução de um terço no arsenal nuclear da Rússia. A proposta deixaria Estados
Unidos e Rússia com mil a 1,1 mil ogivas cada. O tratado New START, de 2010,
limita em 1.550.
O discurso de Obama veio poucos dias
depois de o Irã eleger um novo presidente, Hassan Rouhani, que rapidamente
mudou o tom da política externa do país, abrindo caminho para as primeiras
negociações diretas entre os Estados Unidos e o Irã em 35 anos. No entanto, o
Boletim afirma que, em todo o mundo, muito material nuclear permanece inseguro.
Ironicamente, logo após o discurso
de Obama, a Rússia ofereceu asilo político a Edward Snowden — o ex-funcionário
da Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos, que vazou informações
sigilosas — e, com isso, a coisa “azedou” e o presidente norte-americano
cancelou uma reunião planejada com o líder russo, Vladimir Putin.
China, Coreia do Norte e outras ameaças
O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un
Fonte da imagem: Reprodução/The Telegraph
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De acordo com os cientistas, a China
é descrita como um país que tende a modernizar e aumentar seu arsenal nuclear,
embora a um ritmo lento. Já a Índia e o Paquistão continuam a expandir seus
arsenais e estoques de materiais desse tipo.
Ambos os países estão desenvolvendo
e testando novos mísseis, sendo muitos com capacidade nuclear. Além disso, a
Índia planeja construir uma frota de submarinos nucleares e desenvolver um
sistema de defesa de mísseis balísticos.
Israel continua uma política de
ambiguidade nuclear enquanto tenta sabotar as negociações sobre os esforços
nucleares iranianos. Porém, algo mais preocupante ainda acontece na
Coreia do Norte. Em fevereiro de 2013, o país realizou mais um teste de arma
nuclear, o primeiro sob o seu novo líder, o polêmico Kim
Jong-un, e emitiu uma série de ameaças militares, algumas delas envolvendo
o uso de armas nucleares.
E tem mais
Como se a questão nuclear já não
fosse ruim o suficiente, os cientistas afirmam que muitos outros perigos
ameaçam a nossa sobrevivência. O aquecimento global e as mudanças climáticas
que têm acontecido em decorrência desse motivo é um deles. Porém, os especialistas
também apontam os desenvolvimentos tecnológicos recentes como uma ameaça.
Os avanços de 2013 apenas insinuaram
a velocidade e o alcance das mudanças — da tecnologia de biologia sintética
para a impressão tridimensional à robótica e além. Os aspectos positivos deste
avanço tecnológico rápido mascaram um problema central: o que acontece quando
os cientistas criam uma tecnologia com a melhor das intenções, mas a sociedade
não pode controlá-la corretamente?
A Bioengenharia, por exemplo, pode
erradicar algumas doenças, mas também pode colocar armas infecciosas nas mãos
de terroristas. Os robôs sofisticados podem ajudar os governos a colaborar em
caso de desastres ou serem programados para caçar e matar seres humanos com
eficiência impiedosa.
Podemos evitar o fim?
De acordo com os cientistas do
Boletim, essa é uma perspectiva difícil, mas não impossível, porém é inviável
sanar todos os problemas atuais.
Segundo eles, seria necessário a
exigência de que os líderes dos EUA e da Rússia retornem às discussões e acordos.
Uma vez proposta a negociação, eles devem tomar as medidas para reduzir ainda
mais os seus arsenais nucleares, para desfazer a sua implantação de defesas
antimísseis desestabilizadoras e reduzir os níveis de alerta de suas armas
nucleares.
Além disso, devem ser feitos eventos
sérios para alertar os líderes, como já aconteceu na Conferência de Oslo, em
março de 2013, que levou as nações em desenvolvimento a debater (e assim ter um
maior conhecimento) sobre o perigo representado por qualquer troca nuclear
entre países ao redor do mundo.
Os cientistas também afirmam que os
líderes mundiais devem coibir as práticas de emissão de carbono e apoiar
tecnologias de geração de energia “limpa” e eficiente — incluindo a energia
eólica, solar e geotérmica —, que podem reduzir ainda mais desastrosa alteração
do clima. “Não é mais possível evitar toda a mudança climática, mas você
pode limitar ainda mais o sofrimento, se você agir agora”, afirmaram os
cientistas.
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