Uma mão para
a escrita e outra para os negócios, é a conclusão tornada possível para
descrever os talentos de William Shakespeare, depois de um estudo recente da
Universidade de Aberystwyth, no País de Gales, ter descoberto a queda do dramaturgo
para armazenar cereais no tempo da fome, vendendo-os bem caro aos vizinhos de
Stratford-upon-Avon.
De acordo
com os documentos encontrados pela equipa dirigida por Jayne Archer, a
especialista em literatura medieval que conduziu a investigação, o poeta não se
inibiu de fazer lucro com a fome e a miséria que grassavam à época. Em algumas
notas judiciais e fiscais consta que Shakespeare (1564-1616) foi castigado por
mais de uma vez, acusado de fazer especulação.
Ao mesmo
tempo, as dificuldades desse tempo deram-lhe inspiração para algumas obras,
como "Rei Lear", de 1605, onde é abordado o tema da fome.
O estudo
revela que durante cerca de 15 anos - entre o final do século XVI e o início do
século XVII - Shakespeare comprou e armazenou grão, malte e cevada, preocupado
com a sobrevivência da família, mas fazendo também negócio.
A
investigadora Jayne Archer recusa, no entanto, fazer uma leitura muito crítica
do comportamento de Shakespeare, salientando em fundo é preciso ver que a
motivação era evitar a fome, prevenindo-a caso corressem mal as colheitas.
É uma faceta
que o torna "mais humano e muito mais complexo", afirmou à BBC.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Participe, opine, colabore, construa. Faça parte desse "universo".