A atriz e
pesquisadora Jussilene Santana ministra palestra “Oropa, África e Bahia” sobre
parcerias da Escola de Teatro com 4 continentes durante administração Martim
Gonçalves
Próxima quarta, 17, às 10h, na Sala 5 da Escola de Teatro da Ufba
A atriz e pesquisadora Jussilene Santana ministra palestra com o título “Oropa, África e Bahia”, sobre as parcerias da Escola de Teatro da Ufba com quatro continentes durante a administração Martim Gonçalves (1956-1961). O evento, aberto ao público, será realizado na Sala 5 da Escola, dia 17 de julho, às 10h, e terá mediação do professor Sérgio Nunes Melo.
A palestra versará sobre o primeiro projeto artístico-pedagógico da Escola de Teatro da UFBA e o papel do diretor Martim Gonçalves para a criação do ambiente cultural baiano há mais de 50 anos. As aulas, eventos e intervenções realizados no período deixaram profundo legado para a arte e a educação brasileiras.
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Eros Martim Gonçalves |
Baseada na pesquisa de doutorado defendida em 2012, Jussilene promete levantar pontos polêmicos sobre essa administração que ainda repercutem de forma conturbada no imaginário cultural brasileiro. Em especial, sobre o encontro/confronto das “tradições baianas” com as correntes mais universalistas das artes cênicas. “Sob a administração Gonçalves, a Escola de Teatro da Bahia estudou/acolheu/buscou contribuições técnico-poéticas e textos de diferentes países e localidades: Inglaterra, França, Alemanha, Japão, ‘África’, Rússia, EUA, Suécia, Espanha, Portugal e ‘o resto do Brasil fora do eixo’”, destaca Jussilene. “A despeito disso, após persistente campanha jornalística buscando retirá-lo do cargo administrativo, legou-se para o imaginário local que Martim montava ‘apenas’ peças europeias e americanas, o que o transformaria, segundo seus críticos, num ‘simplório adepto encantado de estrangeirismos’”, polemiza.
Prometendo destrinchar os aspectos principais desse audacioso projeto artístico-pedagógico, a palestra de Jussilene pretende explicar ainda como a base administrativa da ET espelha, na verdade, o funcionamento organizacional de escolas artísticas de universidade americanas, em especial da Yale School of Drama. “Isso gerou na época muita polêmica e antes da pesquisa doutoral jamais havia sido devidamente esclarecido. Assim como o convênio com a Fundação Rockefeller, que, independente da pressão ideológica do período, fortaleceu laços com artistas, técnicas e tecnologia americanos, deixando um legado ainda vivo entre nós”.
Segundo Jussilene, além do dinheiro americano ter financiado estudo e trabalho de e sobre baianos, italianos, franceses, africanos, entre outros povos, como também pesquisas etno-antropológicas que ajudaram a definir a face da Bahia nos últimos 50 anos, há fortes e surpreendentes indícios de que com essa verba “yankee” foram impressos os programas para a encenação de um texto do ‘alemão comunista’ , então ‘proibido nos EUA’, Bertolt Brecht.
Serviço:
Palestra: “Oropa, África, Bahia – As parcerias
mundiais da Escola de Teatro da Ufba durante a administração Martim Gonçalves”.
Onde: Sala 5 da Escola de Teatro/Ufba. Canela.
Quando: Quarta-feira, 17 de julho, às 10h.
Entrada Livre.
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