Uso na indústria eletrônica tem
amplo potencial e inclui aparelhos flexíveis, computadores quânticos e
dispositivos vestíveis
O grafeno ganhou destaque após Nobel
para cientistas em 2010.
NOVA YORK – O grafeno é o material
mais fino e resistente que se conhece.
Trata-se de uma forma de carbono, um
condutor de eletricidade e calor melhor do que qualquer outro. E não é apenas o
material mais duro do mundo, como também um dos mais flexíveis. O grafeno
poderá revolucionar a indústria eletrônica com a produção de aparelhos
flexíveis, computadores quânticos superpoderosos, roupas eletrônicas e
computadores capazes de fazer interface com as células do nosso corpo.
A Sociedade Americana de Química
anunciou em 2012 que o grafeno é 200 vezes mais resistente do que o aço, e tão
fino que uma única onça do material (cerca de 28 g) pode cobrir 28 campos de
futebol. Cientistas chineses criaram um aerogel de grafeno, um material
ultraleve derivado de um gel, que pesa sete vezes menos que o ar. Uma polegada
cúbica do material poderia equilibrar-se sobre uma folha de erva.
“O grafeno é um dos poucos materiais
transparentes do mundo, condutor de eletricidade e calor e flexível – tudo ao
mesmo tempo”, diz Aravind Vijayaraghavan, professor da Universidade de
Manchester. “É extremamente raro encontrar todas estas propriedades juntas num
único material.”
O que é possível fazer com o
grafeno? Físicos e pesquisadores acreditam que, em breve, poderemos fabricar
produtos eletrônicos mais finos, mais velozes e mais baratos do que qualquer
outra coisa feita de silício, com a opção de poderem ser transparentes e
flexíveis.
Baterias de grande duração que podem
ficar submersas na água são outra possibilidade.
Em 2011, pesquisadores da
Northwestern University construíram uma bateria que incorporava grafeno e
silício, o que, segundo a universidade, poderia permitir a produção de um
telefone celular que “permaneça carregado por mais de uma semana e possa ser
recarregado em apenas 15 minutos”. Em 2012, a Sociedade Americana de Química
informou que os avanços no campo do grafeno poderiam resultar em tecnologias de
tela de toque que “permitiriam fabricar telefones celulares finos como uma
folha de papel e dobráveis o suficiente para ser enfiados no bolso”.
Vijayaraghavan está construindo uma
série de sensores de grafeno – inclusive sensores de gás, biossensores e
sensores de luz – muito menores do que os atuais. Na semana passada,
pesquisadores do Instituto de Tecnologia Avançada da Samsung, que trabalham
para a Universidade Sungkyunkwan, na Coreia do Sul, anunciaram que a Samsung
descobriu como produzir grafeno de alta qualidade a partir de pastilhas de
silício que poderia ser usado na produção de transistores de grafeno. A Samsung
afirmou num comunicado que estes avanços significam que ela poderá começar a produzir
“telas flexíveis, vestíveis e outros aparelhos eletrônicos da próxima geração”.
Sebastian Anthony, repórter da
Extreme Tech, informou que a descoberta da Samsung poderá ser a “pedra de toque
da produção comercial do grafeno”.
A Samsung não é a única companhia
que trabalha no desenvolvimento do grafeno. Pesquisadores da IBM, Nokia e
SanDisk realizam experiências com o material para criar sensores, transistores
e memória de armazenamento.
É provável que, quando estes produtos eletrônicos chegarem às prateleiras das lojas, sejam completamente diferentes de tudo o que vimos até agora.
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