A detecção pelo observatório espacial
Herschel de uma fusão incomum entre duas constelações poderia resolver a
incógnita de como as grandes galáxias "passivas" se formaram no
começo do Universo.
A Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) explicou
nesta quinta-feira (23), em comunicado, que as observações do Herschel permitem
estabelecer que essas galáxias elípticas não se criam por uma fusão
gravitacional de outras mais pequenas, como se acreditava até há uma década.
A razão é que o observatório espacial capturou o início da fusão
entre duas galáxias em espiral, de características similares à Via Láctea, que
poderia ter dado lugar a uma grande galáxia elíptica.
Essa fusão foi identificada inicialmente como uma única fonte e
batizada como HXMM01. No entanto, um estudo mais detalhado revelou que se
tratava de duas galáxias, cada uma com uma massa estelar equivalente a 100
vezes a do Sol e com uma quantidade de gás de mesma ordem.
"Este monstruoso sistema de galáxias em interação é a
fábrica de estrelas mais eficiente jamais detectada no Universo primitivo,
quando este tinha apenas 3 bilhões de anos", explicou Hai Fu, o autor do
artigo publicado na revista Nature.
O começo do encontro galáctico desencadeou uma "frenética
atividade" de formação de estrelas, com um ritmo equivalente a 2.000 por
ano, com as propriedades do Sol.
"Esta fusão nos ajudará a aperfeiçoar os modelos atuais que
descrevem a formação e evolução das galáxias", declarou o coautor da
publicação, Asantha Cooray.
No entanto, os cientistas especificaram que o sistema terminará
esgotando suas reservas de gás, detendo a produção e se convertendo em uma
população envelhecida de estrelas "vermelhas, frias e de baixa
massa".
A equipe de Hai calcula que a HXMM01 demorará 200 milhões de
anos para transformar todo seu gás em estrelas, enquanto o processo de fusão
demorará cerca de 1 bilhão de anos para se completar.
O resultado final, assinalaram, será uma galáxia elíptica em
massa, vermelha e morta, com cerca de 400 bilhões de massas solares.
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