O governo brasileiro vem discutindo a ideia de importar médicos, justamente para atender áreas de maior déficit
O Brasil tem, proporcionalmente à
população, metade dos médicos dos países europeus - no Norte e Nordeste, essa
taxa se aproxima à de alguns dos países mais pobres do mundo.
Dados que serão
divulgados nesta segunda-feira pela Organização Mundial da Saúde (OMS) na
abertura de sua assembleia anual, em Genebra, revelam que a média de
profissionais para cada 10 mil pessoas no Brasil está abaixo da média do
continente americano e é bastante inferior à dos países ricos.
O governo brasileiro vem discutindo a ideia
de importar médicos, justamente para atender áreas de maior déficit. Se em
alguns centros urbanos os números chegam a superar a média de países ricos, em
outras regiões a penúria é dramática, com mais de 300 municípios em
dificuldades. Segundo a OMS, há 17,6 médicos no Brasil para cada 10 mil
pessoas. A taxa é inferior à média do restante dos países emergentes - 17,8.
O índice também é inferior à média das
Américas (mais de 20). Mas é a comparação com os países ricos, principalmente
da Europa, que revela a disparidade entre a situação no Brasil e nas economias
desenvolvidas. Em geral, existem duas vezes mais médicos na Europa que no
Brasil - 33,3 a cada 10 mil habitantes. São 48 médicos na Áustria a cada 10 mil
cidadãos, contra 40 na Suíça, 37 na Bélgica, 34 na Dinamarca, 33 na França, 36
na Alemanha e 38 na Itália.
O que chama a atenção da OMS é que há diferentes realidades no Brasil. No
Sudeste, por exemplo, a taxa é de 26 médicos por 10 mil habitantes, superior à
dos EUA (24), Canadá (20) e Japão (21) de saúde no mundo. Mas, nos Estados do
Norte, são 10 médicos para cada 10 mil pessoas, abaixo da média nacional de
países como Trinidad e Tobago, Tunísia, Tuvalu, Vietnã, Guatemala, El Salvador
ou Albânia. No Nordeste, a taxa é de 12 médicos para cada 10 mil pessoas - no
Maranhão, chega a 7 médicos por 10 mil, taxa equivalente à da Índia ou do Iraque.
A situação mais dramática, porém, é ainda
da África, com apenas 2,5 médicos a cada 10 mil habitantes. Preocupação Uma das
metas da OMS é debater formas para garantir que a crise mundial não deteriore
ainda mais os sistemas de saúde. Alexandre Padilha, ministro da Saúde, alegou
“problemas de agenda” e não vai à reunião, onde estarão presentes ministros de
praticamente todos os países.
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