quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

COM MIRIAM DE SALES - BAHIA DE OUTRORA - TIPOS POPULARES DA BAHIA



TIPOS POPULARES DA VELHA BAHIA
PROFESSOR GUSMÃO



Miriam de Sales
Não foi do meu tempo, pois essa estória é bem antiga, dos tempos da minha avó.

Ninguém conhecia sua origem,  profissão ou educação, mas, era chamado  professor, por toda gente. Talvez devido á sua grande erudição.

De tudo sabia, discorria sobre qualquer assunto, de política á vida alheia.

O certo é que, apesar de aluado tinha o respeito da comunidade, pois o baiano admira o saber.

Minha avó o descrevia como um tipo alto, canhestro, sempre com um livro debaixo do braço.

Assim percorria toda a cidade  sempre  falando e discursando coisas sem nexo ou dizendo   bobagens, ás vezes com algum fundo de verdade.

Adorava os festejos de Dois de Julho.

Subia sem cerimônia no  palanque armado no Largo de Santo Antonio batendo palmas, recitando versos de sua autoria ou narrando fatos históricos onde louvava nossos heróis com reverencia  e denodo.

Mas, do que ele gostava mesmo era de polemizar sobre literatura. Comprava muita briga e não respeitava patente.

Aproveitava o espaço que Aloísio de Carvalho, o famoso Lulu Parola (poeta satírico dos melhores desta  terra), lhe dava no seu importante Jornal de Notícias  para provocar outros poetas iguais a ele, chamados “poetas de água doce” que era como o povo denominava os maus poetas. Nesta terra de Gregório de Matos, Castro Alves e Artur de Salles as pessoas não tinham muita paciência com versos de pé quebrados, como se dizia.

Sua discussão com Manoel Tolentino, outro poeta de rua, ficou famosa.

O Tolentino publicou no jornal esses versinhos contra o Professor:
A onça, bicho feroz,
Que tudo come ou devora
Pegou professor Gusmão,
Mastigou e. jogou fora.
Exasperado, o Professor nunca perdoou  o colega e o perseguiu com versos até o fim da vida.

                             AVENIDA DENDEZEIROS DO BONFIM

Num trabalho produzido para as Obras do Porto, J.F. da Silva Lima justifica este nome “pelo excesso de palmeiras desta espécie, dendezeiros, plantada em toda extensão da Avenida, uma das principais da Cidade Baixa, por onde passa a Lavagem do Bonfim”.

Foi conhecida, também, com o Caminho de Roma, Caminho dos Dendezeiros etc.

“ Batizada, oficialmente, como Avenida Bonfim, esse nome nunca “pegou”, porque, como dizia Afrânio Peixoto,” as ruas é que punham outrora a si próprias, os seus nomes...”

Lá está instalado o Colégio da Polícia Militar, o SENAI e o Hospital Santo Antonio. 







http://abahiadeoutrora.blogspot.com.br/






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