Não é de hoje que se fala da inserção cada vez maior das mulheres no
mercado de trabalho, inclusive na área científica. Um dado divulgado esta
semana pelo CNPq é mais um motivo para comemorar neste Dia Internacional da
Mulher: pela primeira vez a presença feminina nas carreiras científicas se
igualou à masculina.
A informação é do censo feito em 2010
pelo Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq, que, naquela
época, tinha cerca de 128,6 mil pesquisadores cadastrados em sua base, sendo
50% mulheres. Esse percentual subiu 11 pontos em 15 anos: em 1995, apenas 39%
dos cientistas eram do sexo feminino.
Mas, quando o assunto é liderança, as mulheres
ainda são minoria: somente 45% dos líderes de grupos de pesquisa são do sexo
feminino. Entre os que não ocupam cargos de chefia, elas totalizam 52%.
Embora revele avanços conquistados pelas mulheres no campo científico, o
levantamento ainda reflete estereótipos: a predominância feminina nas ciências
humanas e sociais, enquanto as ciências exatas – especialmente as engenharias –
são dominadas por homens. Na área de serviço social, por exemplo, 81% dos
pesquisadores são mulheres, enquanto 19% são homens. Já na engenharia elétrica,
13% são do sexo feminino e 87% do masculino. O equilíbrio na presença dos dois
gêneros ocorre principalmente em áreas da saúde. Em medicina, 51% são mulheres
e 49%, homens.
Essa distribuição é reflexo de visões sexistas
ainda arraigadas e disseminadas na sociedade e segundo as quais as mulheres
deveriam se dedicar a áreas ditas ‘mais leves’. Mas já há
iniciativas – mesmo
que isoladas – que tentam desconstruir esse
preconceito. E, nessa batalha, a informação – incluindo a divulgação da ciência
feita por homens e mulheres – é uma arma fundamental.
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