Um novo estudo revela que, com o aquecimento
global, haverá mais tartarugas fêmea disponíveis para acasalar e menos machos
rivais interessados em competir. Mas claro que nem tudo é bom – neste caso,
demasiadas fêmeas pode ser sinónimo de incapacidade de reprodução da espécie
até ao final do século.
As tartarugas pintadas (Chrysemys picta)
vivem em habitats de água doce na América do Norte, onde o sexo das crias é
determinado pela temperatura ambiente. O tempo mais frio favorece o
desenvolvimento de crias do sexo masculino e o calor de crias do sexo feminino.
A razão por detrás do fenómeno ainda é desconhecida, mas é uma característica
partilhada por muitas outras espécies de répteis e certos tipos de peixe.
As progenitoras conseguem ter algum controlo
sobre o fenómeno, mudando as datas de nidificação
até 10 dias, numa aparente tentativa de equilibrar os sexos da sua descendência.
Mas os investigadores da Iowa State University concluíram que
nem esse espaço de manobra é suficiente para compensar os efeitos das mudanças
climáticas na espécie.
Segundo adianta o Mother Nature Network, um
aumento de temperatura de apenas 1.1ºC pode desencadear ninhadas só de fêmeas,
mesmo que a progenitora ponho os ovos mais cedo. E, uma vez que se prevê que as
temperaturas médias globais aumentem entre 4 a 6ºC nos próximos 100 anos, há
uma grande probabilidade de extinção – apesar de as tartarugas pintadas ainda
não estarem em perigo.
Estes animais ainda podem desencadear formas
de evitar um futuro recheado de fêmeas – como escolher locais de nidificação
mais sombrios ou tornarem-se os ovos menos sensíveis ao calor. Mas a velocidade
acelerada das alterações climáticas dificulta a possibilidade de surgimento de
uma resposta evolutiva eficaz.
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