O painel “Empatia e Cuidado:
paradigmas da nova civilização” foi mediado pela jornalista Renata Ceribelli
Você já ouviu falar em empatia? Ainda
muito pouco estudado no Brasil, o termo faz referência à capacidade do ser
humano de se co Renata Ceribelli
locar no lugar do outro. Um dos
precursores do debate a respeito da importância de cultivar
o cuidado com o próximo na sociedade do desenvolvimento
sustentável, o teólogo Leonardo Boff esteve nesta sexta (15) no Fórum
de Empreendedorismo Social na Nova Economia, evento paralelo à Rio+20,
para abordar o tema ao lado de outros dois especialistas: o educador colombiano Bernardo
Toro e Anamaria
Schindler, da Ashoka Global.
“Desde o século 16, a sociedade é guiada pelo paradigma
da conquista. Nos apropriamos das terras, dos povos, do planeta
inteiro, mas conquistamos devastando. Esse modelo nos trouxe grandes vantagens
– como a invenção do antibiótico –, mas também criou uma máquina de
morte, que coloca a vida do planeta em perigo. Por isso, não há mais espaço
para esse paradigma no mundo. A conquista deve dar lugar à empatia”, disse
Boff.
Toro, que inclusive é um grande estudioso de Boff, concorda com o
teólogo e acredita que no futuro só haverá espaço para os líderes políticos que
também partilham dessa visão. “O paradigma da conquista e do poder nos faz crer
que a inteligência é um bem privado que deve ser usado para crescer sozinho. Não
é. Os líderes do futuro serão os empáticos, que sabem pedir e oferecer ajuda.
Esses são os mais inteligentes. Os que criam redes emocionais em todos os
setores”, afirmou o educador colombiano.
Mas como preparar a sociedade para esse futuro? Os debatedores da
mesa foram unânimes em dizer que a resposta está na educação – dada pela família e pela escola.
“Já foi comprovado pela neurociência que a empatia é acionada pelo hormônio
oxitocina e que essa ativação ocorre nos primeiros meses de vida do bebê. Ou seja,
um neném cuidado, alimentado e acarinhado pelos pais provavelmente terá mais
capacidade de desenvolver empatia e não ver as coisas, apenas, pela sua
perspectiva quando crescer”, explicou Anamaria Schindler.
“Mimar” os filhos, no entanto, não é a única obrigação dos pais.
“É preciso disciplinar a criança, mas não no sentido de castigar. Desde cedo é
necessário mostrar a ela que qualquer ação sua provoca uma reação no outro, de
alegria ou dor”, ensinou Toro, que ainda destacou a importância da escola neste
processo. “Os atuais modelos pedagógicos não formam para a empatia. Pelo
contrário, geram competição, vontade de querer ser melhor do que o outro. É
preciso uma grande mudança no sistema educativo, instituindo um modelo
pedagógico que incentive o trabalho cooperativo, em grupo”, acrescentou.
“E para os ‘crescidinhos’ não há mais solução?”, questionou a
plateia. Achando graça, Boff respondeu: “Devemos nos exercitar, diariamente,
para ser mais franciscanos e nos colocar no lugar do outro, seja ele um desconhecido
ou irmão. Quando alcançarmos o paradigma da empatia, estaremos prontos para
expandir essa sensação de cuidado para a natureza e, também, para a mãe Terra.
Sim, porque devemos ver a Terra como mãe e não como um baú de recursos. Esse é
o caminho para a sociedade do desenvolvimento sustentável”.
Foto: Marina Maciel
http://planetasustentavel.abril.com.br/blog/riomais20/2012/06/15/cultivar-empatia-e-o-caminho-para-a-sociedade-do-desenvolvimento-sustentavel/
Veja vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=A6utDVHchBw
Dica de Vinicius Queiroz
https://www.facebook.com/vinicius.queiroz.5203?fref=ts
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Dica de Vinicius Queiroz
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