O Atacama Large Millimeter/submillimeter
Array (ALMA) captou a imagem de uma região em torno de uma estrela jovem, onde
partículas de poeira podem crescer juntando-se umas às outras. Esta é a
primeira vez que uma tal armadilha é claramente observada e modelizada,
resolvendo assim um mistério de longa data relativo ao modo como as partículas
de poeira nos discos crescem até atingirem tamanhos suficientemente grandes,
que as levem eventualmente a formarem cometas, planetas e outros corpos
rochosos. Os resultados são publicados amanhã na revista «Science».
Os astrónomos sabem hoje em dia que existem inúmeros planetas em torno de outras estrelas, mas ainda não compreendem bem como é que estes corpos se formam, existindo igualmente muitos aspectos na formação de cometas, planetas e outros corpos rochosos que permanecem um mistério. Agora, novas observações que utilizam o potencial do ALMA, começam a responder a uma das maiores perguntas: como é que pequeníssimos grãos de poeira situados no disco em torno de uma estrela jovem crescem mais e mais, até atingirem o tamanho de cascalho ou mesmo pedregulhos com mais de um metro?
Os modelos de computador sugerem que os
grãos de poeira crescem quando colidem uns com os outros, aglutinando-se. No
entanto, quando estes grãos maiores chocam de novo a alta velocidade, ficam
muitas vezes desfeitos em bocados, voltando à casa de partida. Mesmo quando
isso não acontece, os modelos mostram que os grãos maiores rapidamente se
deslocam para o interior devido à fricção entre a poeira e o gás, caindo assim
na estrela progenitora, o que não lhes deixa nenhuma hipótese de crescer mais.
Assim, os grãos de poeira precisam de um porto seguro onde as partículas possam continuar a crescer até atingirem um tamanho que lhes permita sobreviver por si mesmas. Tais “armadilhas de poeira” foram já sugeridas, mas até agora não havia prova observacional da sua existência.
O que os teóricos procuravam? Saiba mais aqui:
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