Um dos
mitos mais conhecidos sobre o cérebro é o de que utilizamos apenas 10% de sua
capacidade. É uma ideia atraente, pois sugere que poderíamos ser muito mais
inteligentes, bem sucedidos e criativos se conseguíssemos aproveitar os outros
90% que podemos estar desperdiçando.
Infelizmente, isso não é verdade.
Não é bem claro a que se referem esses tais 10% de
utilização.
Se a afirmação se refere a 10% de regiões cerebrais, é
fácil de ser refutada.
Usando uma técnica chamada imagem de ressonância magnética
funcional, neurocientistas podem identificar as partes to cérebro que são
ativadas quando uma pessoa faz ou pensa em algo.
Uma simples ação, como abrir e fechar a mão ou dizer
algumas poucas palavras, requer uma atividade de muito mais de uma décima parte
do cérebro. Mesmo quando se supõe que a pessoa não está fazendo nada, o cérebro
está trabalhando bastante, controlando funções como respiração, atividade
cardíaca ou memória.
Nada ocioso
Se os 10% mencionados se referirem ao número de células do
cérebro, ainda assim a afirmação não procede.
Quando qualquer célula nervosa deixa de ser utilizada ela
se degenera e morre ou é colonizada por outras áreas vizinhas. Não permitimos
que as células de nosso cérebro fiquem ociosas. Elas são valiosas demais.
Segundo o neurocientista Sergio Della Sala, o cérebro necessita
de muitos recursos. Manter o tecido cerebral consome 20% de todo o oxigênio que
respiramos.
Como pode então uma ideia sem fundamento biológico ou
fisiológico ter conseguido se espalhar desse jeito?
É difícil rastrear a fonte original do mito.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Participe, opine, colabore, construa. Faça parte desse "universo".