Tina Tude |
OUVE-ME
(Tude Celestino de Souza)
Entra em minh'alma, vem! Mas não perguntes nada
Que eu também a ti, nada perguntarei.
Eu me esqueci de tudo e agora já nem sei
Se houve pedras ou flores pela minha estrada.
Se castelos ergui na doida caminhada
Que inconsequente fiz, jamais os encontrei.
Mas que importa se fui pária ou se fui rei,
Qual na existência vã é o meu degrau na escada?
Não sei se vim ou se fui, que sei da vida?
Chegar não é talvez o mesmo que ir embora?
Não sei, só sei que amo. Ouve-me, querida,
O ontem se foi, o amanhã nem sei se posso
Dizer se vem ou não; amemo-nos agora,
Neste hoje que é eterno e tão somente nosso
Ipitanga, Verão de 1985
Reverência
poética ao memorável "Soneto de Fidelidade", de Vinícius de Moraes,
publicada na revista Focus. Dez/2013
Uma realização da Cogito Editora, idealizada por Ivan de Almeida
Uma realização da Cogito Editora, idealizada por Ivan de Almeida
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