Alguma vez já se deparou com o seu gato ou cão a olhar para um canto vazio da casa? A cena, corriqueira para quem tem animais de estimação e capaz de amedrontar muitos adultos, tem agora uma explicação científica.
É que segundo uma pesquisa conduzida por biólogos da City University London, em Inglaterra, esses animais têm a capacidade de ver luzes ultravioleta, que produzem cores que a visão humana não vê.
«Nunca se pensou que esses animais pudessem ver luzes ultravioleta, mas podem», disse, na divulgação do estudo, o cientista Ron Douglas. Seres humanos vêem tons do vermelho ao violeta — ao passo que as ondas de luz ultravioleta estão além dessa combinação.
O artista Nickolay Lamm criou uma série de imagens que procuraram comparar um olho humano como a forma que um gato enxerga. Para o trabalho, ele contou com o apoio de médicos veterinários e oftalmologistas. Segundo a pesquisa, a maioria dos gatos não vê o vermelho e o verde e são mais sensíveis ao azul e ao amarelo.
E por que é que os animais teriam a capacidade de ver esses outros comprimentos de onda? Por diversas finalidades: abelhas e insectos, por exemplo, usam-no para ver tons nas plantas que os atraiam ao néctar. Já renas, graças a essa capacidade, podem identificar um predador como o urso polar, cuja pelagem branca se mistura com a cor da neve. Além desses bichos, muitos outros animais, incluindo pássaros e peixes, também vêem outras luzes.
Em comum a todos os animais capazes de enxergar a luz ultravioleta está o processo normal de visão: a luz atinge a retina, que a converte em estímulos nervosos enviados para o cérebro, que processa a informação.
Para chegar à descoberta de que cães e gatos também observam ultravioleta, os biólogos analisaram olhos (doados por zoológicos e clínicas veterinárias) de diversas espécies de animais mortos, de macacos a pandas-vermelhos.
A partir daí, mediram como a luz passava pelas lentes de cada olho de animal até chegar às suas respectivas retinas.
O procedimento mostrou aos investigadores que os olhos de cães e gatos (assim como os de porcos-espinhos, ferrets e okapis, um parente africano das girafas) permitem a absorção de luzes ultravioleta, sugerindo que teriam a capacidade de, assim, vê-las.
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