Simone Portugal
Em
memória a resistência
Estive a lembrar da história
A qual tiveram a dedicação
De apagar o carimbo
Creditando ao feminino
a simples função de ser costela.
Me coloco a pensar nas operárias do 8
as que queimaram por gritar justiça.
Ah Deusas, quantas sofreram
nas cinzas dos dias.
Quantas vezes em coro gritaram
- Queimem as bruxas, apedrejem as putas!
Se pudesse criar um verso que definisse
a coragem histórica a qual merecia condecoração.
Talvez dissesse pouco diante do universo.
Porque até ficar calado requer coragem.
Quanto mais fornecer prazer
quando se tem vontade de vomitar.
Eu só quero dizer a história da humanidade
que as mulheres sempre estiveram vivas.
Só não assinaram por que pra tanto patriarcado
não cabiam suas digitais.
Agradeço as mulheres da história invisível
É por elas que hoje, sou mulher,
digo não e sim quando quiser.
E sei do meu direito de lutar
para que a diferenças não tenham que contar.
E por fim assino estes versos
No dia 8 de março.
Século XXI, existe a Lei Maria da Penha.
Existe machismo, a covardia.
Camisinha, pilula
Gravidez na adolescência.
Estupro.
Murros, queixas.
Penas, penas.
E eu não sei como terminar
Esta poesia sem fim.
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