É um dia muito importante para
Violeta. A madrilenha de 21 anos, cabelo loiro, liso, com franjinha, olhos
azuis brilhantes, 1,59 metro e alguns quilinhos a mais vai gravar a primeira
cena dela como atriz pornô.
Ela trabalha há dois anos na maior
produtora de conteúdo erótico para internet na Espanha, mas nunca tinha gravado
uma sequência de sexo explícito.
Antes, ela passava de quatro a seis
horas ao dia exibindo-se de lingerie em frente a uma webcam conectada à internet.
Aos que se dispõem a pagar R$ 4,50 por minuto do seu tempo, ela faz um show de
strip-tease e "algo mais, a pedido do cliente".
O nome é artístico. Violeta diz ter
27 anos e trabalhava como recepcionista até ficar grávida e perder o emprego,
dois anos atrás. Mora com os pais, duas irmãs e o filho, dividindo um
apartamento de 50 m² numa cidade proletária ao sul de Madri.
Ela é uma das cem mulheres que
trabalham com carteira assinada para essa produtora. Praticamente todas têm o
mesmo perfil, definido por eles como "a vizinha": garotas normais, de
20 a 30 anos, espanholas, atraentes, mas longe do estereótipo de filmes
pornográficos - a típica modelo turbinada e com quilos de maquiagem.
Não fazem filmes inteiros, apenas
cenas de no máximo 15 minutos, em que os atores, diferentemente das atrizes,
não recebem um tostão. "Ninguém vê pornografia pelo ator e, se o homem não
tem valor, por que pagá-lo? Não tem sentido comercial", explica o
comediante Ignacio Allende, de 43 anos, dono da produtora e o único ator
profissional da empresa.
Os demais são assinantes do site,
que participam por fetiche, ou se oferecem aproveitando a visibilidade para
tentar participar de outras produções - estrangeiras, porque a indústria pornô
espanhola está há três anos sem lançar um filme no mercado nacional.
No mesmo período, Allende (conhecido
como Torbe) quadruplicou seus lucros e chega a faturar R$ 600 mil em apenas um
mês com seus vídeos, que são disponibilizados para assinantes pela internet.
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