Lucymar
Soares
Cymar Gaivota
Cymar Gaivota
Entrei em um dos grandes supermercados de
Salvador para umas comprinhas e senti que em pleno século XXI em uma capital
brasileira o sistema escravo continua a imperar.
Essa semana fui às compras e como de costume
fui a um desses distribuidores de alimentos em salvador e como cliente chamei
uma funcionária e perguntei e se ali tinha wifi. Sem crédito no celular e
querendo acompanhar o meu Blog, apelei para wifi do supermercado. A funcionária riu muito e disse algumas coisas
que achei engraçado, mas constrangedor para eu ouvir porque logo percebi que, o
fato não era tão simples, wifi. Senti em suas palavras - logo chamou mais três
colegas e perguntou em tom de muita comédia se elas sabiam se ali tinha wifi - que
ali existe uma situação de sistema escravo de trabalho. Resumimos a conversa
entre nós cinco, concluindo que, a situação é muito clara, se conversar muito,
perde o emprego e se perguntar se tem wifi, "toma fio pelas costas".
Nossa! O assedio moral deve ser gritante
nessa empresa.
Enquanto escolhia meus produtos fiquei a
refletir sobre o assunto. Eu poderia procurar a gerencia para saber se tinha
wifi e se a resposta fosse negativa, eu iria sugerir a implantação para melhor
servir o cliente e atrair ainda mais a clientela pela comodidade de mais um
atrativo a seu dispor. Mas não o fiz.
Fiquei perdida nas minhas reflexões e um sentimento de revolta pela existência
de patrões que insistem em tratar seus funcionários à base do cabresto.
Fazer uma denuncia ao Ministério do Trabalho
poderia ajudar para melhorar a vida de tantos funcionários que compõem aquela
empresa, mas certamente nenhum desses funcionários confirmaria tal informação
por medo de perder o emprego o que ficou bem claro em nossas conversas. Nem o
cliente se dirige para sugerir melhoras no atendimento e nem os funcionários
tem coragem de solicitar os seus direitos trabalhistas.
Em várias outras situações onde encontro mau
atendimento em setores públicos e privados e reclamo, observo no rosto das
pessoas ao meu redor que deveriam de juntar a mim no protesto, olhares tímidos
e poucos são os que concordam e se juntam para reivindicar um atendimento de
direito.
Criticamos um funcionário que aceita
trabalhar em uma situação desumana e que fere os seus direitos, mas nós sociedade
temos nos calado nas filas que se formam nesse país diante de péssimos
atendimentos.
Na verdade temos medo da represália, temos
medo da violência, temos medo da convivência. Somos cidadãos vivendo à sombra
do medo urbano. Existe muito trabalho escravo disfarçado nas capitais e nos
interiores. Isso não é segredo para governo e sociedade.
Elegemos governantes para cuidar de nós e de
nosso povo; vários Órgãos são criados para proteger-nos e cuidar dos nossos
direitos, mas, esses Órgãos se fazem de surdos e alegam que é preciso que ocorram
denúncias. Por outro lado o povo não tem coragem, então, fica tudo no faz de
conta que existe.
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