A “A.C.I.M.A.” – dando continuidade ao
projeto de mapeamento dos artistas e escritores brasileiros - “Vitrine do
Artista Brasileiro no Exterior”, inciado em setembro de 2011, com entrevistas
dirigidas inicialmente para os artistas e escritores brasileiros residentes no
exterior, dá início ao segundo ciclo do projeto de entrevistas para a “Vitrine
do Artista Brasileiro”, com os artistas e escritores associados A.C.I.MA. que
contribuem para a divulgação e valorização da Arte & cultura brasileira no
exterior.
O projeto “Vitrine do Artista Brasileiro” da
A.C.I.MA. abraça a arte e a cultura dos povos migrantes em todas as suas formas
e manifestações – sejam elas, musicais, literárias, teatrais, artes plásticas,
cinema, dança, fotografia, folclore, enfim, todas as expressões artísticas
brasileiras.
Temos o prazer de entrevistar hoje o
Escritor: VALDECK ALMEIDA DE JESUS
A.C.I.MA. – Bem vindo caríssimo Valdeck
Almeida de Jesus! Primeiramente, gostaríamos de parabenizá-lo pelo belíssimo
trabalho cultural que desenvolve. È uma honra tê-lo conosco no Projeto “Vitrine
do Artista Brasileiro. Gostaríamos também de saber um pouco sobre você: de onde
vem, qual sua terra natal? Onde vive atualmente? Além da escrita, que trabalho
ou hobby desenvolve?
VAJ – Nasci e me criei em Jequié,
interior da Bahia, distante 365km de Salvador. Minha cidade natal é conhecida
como Cidade Sol. No verão a temperatura pode chegar a 50ºC. De uma família
extremamente pobre, com raízes no Recôncavo Baiano. Meu pai, João Alexandre de
Jesus, é de Santo Antônio de Jesus e minha mãe, Paula Almeida de Jesus, de
Amargosa. Ambos retirantes, se conheceram em Jequié e plantaram a semente da
família Almeida ali, onde viveram até a morte. Ele se foi quando eu tinha 16
anos. Ela morreu no ano 2000. Com o falecimento do meu pai eu assumi a família:
sete irmãos menores e uma mãe paralítica e analfabeta. Não tínhamos casa para
morar nem renda alguma. Vivemos boa parte da vida pedindo esmolas pelas ruas da
cidade. Em 1993 eu me mudei para Salvador, onde vivo até hoje. Os demais irmãos
migraram para São Paulo, Vitória da Conquista-BA e Santo Amaro-BA.
Além da escrita, minha diversão é pedalar
bicicleta no Parque Metropolitano de Pituaçu. São quinze quilômetros de trilha
numa região de Mata Atlântica remanescente. Além disso eu vou a saraus de
poesia, cinema, teatro e navego muito na internet. Outra coisa que adoro fazer
é viajar, seja para eventos culturais, visitar parentes, me espreguiçar numa
praia ou simplesmente para descansar.
A.C.I.MA. – Como e quando se dá o seu
primeiro contato com a escrita? Sobre qual tema você escreve? De onde vem as
inspirações para suas obras literárias? Poderia nos contar um pouco sobre seu
processo criativo?
VAJ – Meu primeiro contato com a escrita
literária foi na escola secundária, quando comprei três livretos de poemas
daqueles mascates que viajavam vendendo de porta em porta. A poesia me abriu
portas e mundos que eu não imaginava existir. Daí por diante comecei a imitar
os poetas e não parei mais. A escrita propriamente dita foi bem antes desse
evento: a escrita obrigatória, escolar.
Meu tema principal é o social, muito
influenciado pela vida que experimentei. Meus textos falam de divisão de
rendas, injustiça, educação, cidadania etc. As inspirações vêm como dito, da
experiência de vida e também de minhas observações. Sou uma pessoa inquieta e
observadora. E qualquer acontecimento que tenha ligação com problemas sociais
me acende uma luzinha para escrever sobre. Anoto em papel ou no celular e na
primeira oportunidade eu faço um texto.
Meu processo criativo é lento em alguns
momentos e super rápido em outros. Tenho textos que estão inacabados há anos e
tenho outros que consigo terminar em minutos. Às vezes acordo para fazer
anotações ou concluir uma frase, um parágrafo. Tem épocas em que produzo mais,
compulsivamente. Em outros tempos, não consigo escrever uma linha. É muito
relativo. Não tem uma constância, um ritmo definido. É tudo circunstancial.
Leia a entrevista completa aqui:
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