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terça-feira, 10 de dezembro de 2013

VALDECK ALMEIDA ENTREVISTADO POR ASSOCIAZIONE CULTURALE INTERNAZIONALE MANDALA



A “A.C.I.M.A.” – dando continuidade ao projeto de mapeamento dos artistas e escritores brasileiros - “Vitrine do Artista Brasileiro no Exterior”, inciado em setembro de 2011, com entrevistas dirigidas inicialmente para os artistas e escritores brasileiros residentes no exterior, dá início ao segundo ciclo do projeto de entrevistas para a “Vitrine do Artista Brasileiro”, com os artistas e escritores associados A.C.I.MA. que contribuem para a divulgação e valorização da Arte & cultura brasileira no exterior. 

O projeto “Vitrine do Artista Brasileiro” da A.C.I.MA. abraça a arte e a cultura dos povos migrantes em todas as suas formas e manifestações – sejam elas, musicais, literárias, teatrais, artes plásticas, cinema, dança, fotografia, folclore, enfim, todas as expressões artísticas brasileiras.

Temos o prazer de entrevistar hoje o  Escritor: VALDECK ALMEIDA DE JESUS

A.C.I.MA. – Bem vindo caríssimo Valdeck Almeida de Jesus! Primeiramente, gostaríamos de parabenizá-lo pelo belíssimo trabalho cultural que desenvolve. È uma honra tê-lo conosco no Projeto “Vitrine do Artista Brasileiro. Gostaríamos também de saber um pouco sobre você: de onde vem, qual sua terra natal? Onde vive atualmente? Além da escrita, que trabalho ou hobby desenvolve?

VAJ – Nasci e me criei em Jequié, interior da Bahia, distante 365km de Salvador. Minha cidade natal é conhecida como Cidade Sol. No verão a temperatura pode chegar a 50ºC. De uma família extremamente pobre, com raízes no Recôncavo Baiano. Meu pai, João Alexandre de Jesus, é de Santo Antônio de Jesus e minha mãe, Paula Almeida de Jesus, de Amargosa. Ambos retirantes, se conheceram em Jequié e plantaram a semente da família Almeida ali, onde viveram até a morte. Ele se foi quando eu tinha 16 anos. Ela morreu no ano 2000. Com o falecimento do meu pai eu assumi a família: sete irmãos menores e uma mãe paralítica e analfabeta. Não tínhamos casa para morar nem renda alguma. Vivemos boa parte da vida pedindo esmolas pelas ruas da cidade. Em 1993 eu me mudei para Salvador, onde vivo até hoje. Os demais irmãos migraram para São Paulo, Vitória da Conquista-BA e Santo Amaro-BA.

Além da escrita, minha diversão é pedalar bicicleta no Parque Metropolitano de Pituaçu. São quinze quilômetros de trilha numa região de Mata Atlântica remanescente. Além disso eu vou a saraus de poesia, cinema, teatro e navego muito na internet. Outra coisa que adoro fazer é viajar, seja para eventos culturais, visitar parentes, me espreguiçar numa praia ou simplesmente para descansar.

A.C.I.MA. – Como e quando se dá o seu primeiro contato com a escrita? Sobre qual tema você escreve? De onde vem as inspirações para suas obras literárias? Poderia nos contar um pouco sobre seu processo criativo?

VAJ – Meu primeiro contato com a escrita literária foi na escola secundária, quando comprei três livretos de poemas daqueles mascates que viajavam vendendo de porta em porta. A poesia me abriu portas e mundos que eu não imaginava existir. Daí por diante comecei a imitar os poetas e não parei mais. A escrita propriamente dita foi bem antes desse evento: a escrita obrigatória, escolar.

Meu tema principal é o social, muito influenciado pela vida que experimentei. Meus textos falam de divisão de rendas, injustiça, educação, cidadania etc. As inspirações vêm como dito, da experiência de vida e também de minhas observações. Sou uma pessoa inquieta e observadora. E qualquer acontecimento que tenha ligação com problemas sociais me acende uma luzinha para escrever sobre. Anoto em papel ou no celular e na primeira oportunidade eu faço um texto.

Meu processo criativo é lento em alguns momentos e super rápido em outros. Tenho textos que estão inacabados há anos e tenho outros que consigo terminar em minutos. Às vezes acordo para fazer anotações ou concluir uma frase, um parágrafo. Tem épocas em que produzo mais, compulsivamente. Em outros tempos, não consigo escrever uma linha. É muito relativo. Não tem uma constância, um ritmo definido. É tudo circunstancial.

Leia a entrevista completa aqui:

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